Morte deveu-se ao choque séptico e a falência cardio-circulatória irreversível
Ontem de manhã, palas 09h30 (menos uma em Lisboa foi celebrado o rito da constatação da morte de João Paulo II (previsto pela Constituição Apostólica «Universi Dominici Gregis», nº 17).
O Cardeal Eduardo Martínez Somalo, cardeal Camerlengo; o arcebispo Paolo Sardi, vice-camerlengo, o arcebispo Piero Marini, mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, e os prelados clérigos da Câmara Apostólica dirigiram-se ao apartamento do falecido pontífice com Renato Buzzonetti, médico pessoal do Papa, para dar procedimento à constatação da morte, seguindo o rito do «Ordo Exsequiarum Romani Pontifici».
De pé, ao lado do corpo, ele tocou 3 vezes na testa do Papa com um martelinho de prata e o Carmelengo chamou 3 vezes pelo nome de Baptismo, Karol Wojtyla (e não pelo nome que adoptou ao ser eleito). Sem resposta, ele anunciou o falecimento e quebrou o anel do Pescador (que o Papa usa para lembrar o momento em que Jesus diz a Pedro que ele seria um pescador de almas e no qual está gravado o nome do Papa).
O Camerlengo inutilizou o selo papal (que é a marca da autenticidade dos documentos assinados pelo Papa) e deu início aos preparativos para o enterro e para os nove dias de luto - os “Novelandi” - nos termos do “Ordo exsequiarum Romani Pontificis”.
É responsabilidade do Camerlengo selar os aposentos privados do Papa e mesmo a residência de Verão em Castel Gandolfo é colocada sob custódia especial. Quando o novo Papa for eleito, estes ser-lhe-ão entregues intactos.
O chanceler secretário da Câmara Apostólica, o advogado Enrico Serafín, redigiu a seguir a acta de falecimento, com o certificado médico anexo do doutor Renato Buzzonetti. O Papa João Paulo II morreu devido a "septicemia e falência cardiocirculatória", segundo a certidão de óbito:
“Certifico que sua Santidade João Paulo II (Karol Wojtyla) nascido em Wadowice (Cracóvia, Polónia) a 18 de Maio de 1920, residente na Cidade de Vaticano, Cidadão Vaticano, e falecido às 21h37 do dia 2 de abril de 2005 em Seu Apartamento no Palácio Apostólico Vaticano (Cidade do Vaticano) por causa de:
- Choque séptico
- Falência cardio-circulatória irreversível
Afectado por:
- Doença de Parkinson
- Progressivos episódios de insuficiência respiratória aguda e consequente traqueotomia
- Hipertrofia prostática benigna complicada por uropsia.
- Cardiopatia hipertensiva e hisquémica
A comprovação da morte foi efectuada mediante o registro eletrocardiógrafo por mais de 20 minutos.
Declaro que as causas da morte, segundo minha ciência e consciência, são aquelas indicadas.
Cidade do Vaticano, 2 de Abril de 2005
O Director da Direcção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano,
Dr. Renato Buzzonetti”.