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Constituição Europeia sem referência às raízes “judaico-cristãs”

Agência Zenit
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Assim decidiria o Parlamento Europeu

Constituição Europeia sem referência às raízes “judaico-cristãs” O plenário do Parlamento Europeu rejeitou, esta quarta-feira, a inclusão no texto da futura Constituição da União Europeia (UE) de uma referência às raízes “judaico-cristãs” da Europa. A proposta foi rejeitada por 283 votos. Recebeu o apoio de 211, enquanto que 15 euro-deputados se abstiveram. A votação tinha por objectivo esclarecer a posição do Parlamento Europeu perante a Conferência Inter-governamental, que será inaugurada em Roma em 4 de Outubro. Nela deverá aprovar-se o futuro Tratado Constitucional da União Europeia. A proposta foi apresentada pelo Partido Popular Europeu (PPE) para pedir uma “referência particular” no texto às “raízes judaico-cristãs” da Europa, sem propor uma formulação específica do enunciado. O mesmo resultado obteve outra proposta apresentada pelo grupo União Europeia das Nações (UEN), que pedia o “reconhecimento expresso do legado do cristianismo inscrito na história e na identidade cultural da Europa”. Apesar do PPE ser maioria no Parlamento Europeu, não houve consenso para conseguir a maioria dos votos. Houve apoio da UEN, mas inclusive no seio do PPE faltou o apoio dos conservadores britânicos e de outros parlamentares. Votou contra a proposta o segundo grupo parlamentar, o Partido Socialista Europeu, assim como o restante dos grupos minoritários e os 30 deputados não inscritos em nenhum grupo. “Sabíamos que os números eram estes, mas não podíamos eximir-nos da responsabilidade de apresentar com força a posição na qual cremos firmemente”, explicou a porta-voz do PPE, Katrim Ruhrmann. O presidente do PPE, Hans-Gert Pottering, “lamentou” a rejeição da proposta, mas recordou que o projecto de Constituição apresentado pela Convenção Europeia faz referência ao património religioso no Preâmbulo. Também, acrescenta, o artigo 51 do projecto de constituição reconhece de maneira específica o estatuto das Igrejas e das comunidades que partilham uma fé comum. Ruhrmann explica que a palavra passa agora para os governos da União Europeia. “Se quiserem, têm a possibilidade de modificar o projecto de Constituição no sentido em que nós desejamos”, referiu.


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