Crise atinge contas do Vaticano
Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano apresentam resultados negativos de mais de 15 milhões de Euros, no seu conjunto
Os resultados foram apresentados a 2 e 3 de Julho, na 43ª Reunião do Conselho dos Cardeais para o estudo dos problemas organizativos e económicos da Santa Sé. A Santa Sé e o Estado da Cidade do Vaticano apresentam balanços financeiros separadamente.
Segundo o comunicado do Conselho dos Cardeais, divulgado pela sala de imprensa do Vaticano, no caso da Santa Sé as receitas foram de 253,9 milhões de Euros e as despesas de 254,8 milhões Euros, num resultado negativo de 911de Euros. Entre 2004 e 2006 tinha-se chegado a resultados positivos na ordem dos 15 milhões de Euros, mas em 2007 o saldo negativo era de 9,06 milhões.
As despesas dizem respeito, na sua maior parte, aos gastos ordinários e extraordinários dos Dicastérios e Organismos da Santa Sé, onde trabalham 2732 pessoas, das quais 1637 são leigos (438 mulheres): a Secretária de Estado, nove Congregações, três Tribunais, 11 Conselhos Pontifícios, 118 Nunciaturas Apostólicas e nove sedes junto de organismos internacionais, além de numerosas missões espalhadas pelo mundo.
O comunicado sublinha que, à imagem do que foi feito noutros países e organizações internacionais, "foram aplicados critérios de avaliação destinados a evitar a contabilização de potenciais menos-valias devidas à fase aguda da crise económica global no sector financeiro".
Vaticano em quebra
A crise económica e financeira teve um forte impacto na actividade financeira do Vaticano, que apresenta um resultado negativo de 15,3 milhões de Euros.
As maiores despesas verificam-se na área da comunicação e no investimento realizado com a implantação de uma estrutura fotovoltaica sobre a sala Paulo VI. Ao Estado da Cidade do Vaticano compete a gestão do território e o exercício das actividades de apoio à Santa Sé.
O Governatorato do Vaticano tem a seu cargo a tutela, valorização e restauro do património artístico da Santa Sé, com destaque para os Museus Vaticanos, visitados ao longo do ano passado por 4,3 milhões de turistas de todo o mundo. Os restauros de diversos espaços, incluindo a Biblioteca Apostólica, e os custos de segurança pesaram especialmente nas despesas.
Os funcionários do Estado da Cidade do Vaticano são 1894, dos quais 1558 leigos e 277 leigas.
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