Bispo auxiliar de Bagdad diz que a actual situação «é um inferno»
São milhares os cristãos do Iraque que fugiram nas últimas semanas para a Síria, muitos com o desejo de emigrar para outros países ou de regressar ao seu quando a estabilidade for recuperada.
A agência AFP apresentou hoje uma série de testemunhos de cristãos iraquianos refugiados na Síria, que acolhe perto de 30 mil pessoas em situação semelhante. Muitos vivem em casas muito pobres ou deterioradas.
A maioria destes cristãos não tem trabalho, vivendo das suas poupanças ou da ajuda financeira de familiares. O êxodo intensificou-se desde os atentados contra igrejas cristãs no domingo 1 de Agosto, os quais provocaram 10 mortos.
O Bispo auxiliar de Bagdad, actualmente na Itália para participar no encontro do movimento “Comunhão e Libertação”, disse que “sem um governo forte, sustentado pela ONU, será impossível deter o drama que os iraquianos vivem, há tanto tempo”.
D. Shlemon Warduni, afirmou mesmo que se a paz e a serenidade não retornarem ao país, a população começará a “ter saudades” da ditadura de Saddam, “porque hoje o Iraque é um inferno”.
“Esperávamos que o fim da ditadura melhorasse a nossa vida, mas os problemas do Iraque aumentaram, e chegam outros, trazidos de fora. Nós nunca tivemos terroristas em casa, atentados e carros-bomba, sequestros... há mais de um ano acontece de tudo”, lamentou.