Quarenta mil cristãos deixaram o Iraque nas últimas duas semanas na sequência de atentados contra igrejas no país, afirmou a ministra dos Deslocados e Emigrados iraquiana numa entrevista publicada por um jornal árabe.
"O número de cristãos que abandonaram o Iraque elevou-se a 40.000, segundo as últimas estatísticas", declarou Pascale Icho Warda, único membro cristão do governo provisório iraquiano, ao diário Asharq Al-Awsat.
Na sua perspectiva, esta emigração "deve-se à insegurança e aos ataques contra as igrejas em Bagdad e Mossul, há duas semanas".
A ministra manifestou inquietação face "ao grave aumento do número de iraquianos que deixam o país devido à multiplicação dos actos terroristas e da insegurança que ameaçam todas as comunidades iraquianas, incluindo os cristãos". Quatro atentados contra locais de culto cristãos em Bagdad e outros dois em Mossul causaram pelos menos 10 mortos e 50 feridos no início de Agosto, numa vaga de violência sem precedente contra a comunidade cristã no Iraque.
No Iraque os cristãos constituem 3% da população estimada em 23 milhões de habitantes, na sua maioria fiéis da Igreja Católica Caldeia e da Igreja Ortodoxa Síria. O Bispo Auxiliar de Bagdad, D. Andraos Abouna, informou a Fundação “Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS) que o Patriarca Caldeu de Bagdad, Emmanuel III Dely, recebeu cartas anónimas ameaçando-o de morte e acusando a Igreja de colaborar com a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.