Vaticano

Cristãos no Iraque recuperam a esperança

Octávio Carmo
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Dois anos depois do rebentamento da guerra no Iraque, a população cristã no país começa a recuperar a esperança no futuro. Milhares de fiéis encheram ontem as igrejas de Bagdad e do resto do Iraque para participar nas cerimónias do Domingo de Ramos, que marcam o início da Semana Santa. O Patriarca Caldeu de Bagdad, Emanuel III Delly, constata que “os nossos fiéis não tiveram medo e vieram às igrejas em maior número do que no passado, dando um grande testemunho de fé”. Esta participação é considerada pela principal figura da Igreja no Iraque como “um sinal, pequeno, de uma progressiva normalização do país”. “Muitos vêm rezar pela paz e a segurança. Os problemas não faltam, mas estamos no bom caminho para reconstruir o Iraque”, refere à agência Sir. As procissões dos Ramos, apesar deste optimismo, decorreram apenas dentro das igrejas e nos adros, por motivos de segurança e para evitar “possíveis ultrajes aos nossos símbolos de fé”, segundo o Patriarca. Desde 1918 não há procissões cristãs nas ruas da capital iraquiana. As cerimónias da Semana Santa ainda serão condicionadas pela falta de segurança, com as igrejas a encerrarem ao anoitecer, antecipando várias celebrações. Os cristãos no Iraque são uma minoria, cerca de 3% dos 26 milhões de habitantes, mas representam uma das comunidades mais antigas e respeitadas do Cristianismo.


Guerra do Iraque