Vaticano

Cristãos temem novas hostilidades no Líbano

Fundação AIS
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Os cristãos libaneses receiam ser alvo de atentados e sequestros em caso de vitória nas próximas eleições das forças políticas aliadas da Síria. Em declarações à Ajuda à Igreja que Sofre, Nahmatallah Naser, um parlamentar cristão, informou que os cristãos libaneses estão preocupados com o facto das tropas sírias em retirada estarem a fornecer armas a grupos palestinianos. Segundo este deputado, os soldados sírios entregaram armamento pesado (peças de artilharia e blindados) a grupos de combatentes palestinianos no Vale de Bekka, bem como a outras unidades em dois bairros a sul de Beirute. “Nesta região, como em muitas outras áreas controladas pelos xiitas do Hezbollah, existem cerca de 5 mil paramilitares que se crê pertencerem aos serviços secretos sírios. As Nações Unidas e os Estados Unidos já foram informados sobre isto”, explicou Naser. Com base nestes acontecimentos, os cristãos libaneses temem ser alvo de um novo surto de hostilidades, como atentados e raptos, se os resultados das próximas eleições (marcadas para dia 20 de Maio) forem favoráveis à Síria e seus aliados. Entrevistado pela agência AsiaNews em França, o Patriarca Maronita, D. Nasrallah Sfeir, lamentou que as próximas eleições se realizem ainda de acordo com a lei eleitoral criada e aprovada pelos sírios no ano 2000. Na opinião de D. Nasrallah Sfeir a lei eleitoral “não está de acordo com os interesses dos libaneses” e apela a que a Assembleia Nacional “reflicta fielmente as aspirações do povo”. A legislação em vigor divide o Líbano em grandes círculos eleitorais e tanto o Patriarca como a oposição cristã preferem o regresso aos círculos mais pequenos. “Os eleitores devem conhecer os candidatos que vão eleger e isto só é possível com círculos eleitorais mais pequenos”, defende o Patriarca. A coligação formada após a retirada das forças sírias está agora divida. Os cristãos querem a aprovação de uma nova lei eleitoral, o que é rejeitado tanto pelos sunitas como pelos drusos. Mesmo os movimentos xiitas se separam neste aspecto: o Hezbollah é a favor, o Amal é contra. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre


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