Cuba: Dissidentes abandonam igreja ocupada em Havana
Igreja pede que atos do género deixem de se verificar antes da visita de Bento XVI
Havana, 16 mar 2012 (Ecclesia) - A polícia cubana retirou esta noite treze dissidentes cubanos de uma igreja católica de Havana, que ocupavam desde terça-feira, com uma mensagem para Bento XVI, que visita a ilha entre os dias 26 e 28.
Segundo a Rádio Vaticano, os manifestantes receberam informação por parte da arquidiocese da capital cubana de que as forças de segurança os deixariam voltar a casa, sob a proteção da Igreja, a pedido do cardeal Jaime Ortega.
“Coloca-se assim um ponto final a uma crise que nunca se deveria ter verificado. A Igreja deseja que não se repitam atos semelhantes e que a harmonia que todos desejam possa ser efetivamente atingida”, refere um comunicado do porta-voz da Arquidiocese de Havana, Orlando Marquez.
Os oito homens e cinco mulheres, membros do Partido Republicano de Cuba, considerado ilegal pelo governo, ocupavam a basílica da Nossa Senhora da Caridade, no centro da capital, e abandonaram o local sem oferecer resistência.
Os dissidentes pediram que, durante a sua visita, Bento XVI sirva como intermediário para a "libertação sem condições dos presos políticos, o fim da repressão e da perseguição dos opositores ao regime, a liberdade de expressão e de associação e acesso à informação sem censura".
Esta quinta-feira, em declarações à Agência ECCLESIA, o presidente da Conferência Episcopal Cubana manifestou-se contra o aproveitamento político da viagem do Papa, condenando a ocupação de igrejas católicas por parte de grupos de dissidentes.
“Esta é uma atitude alheia à nossa tradição”, disse D. Dionisio Garcia, arcebispo de Santiago de Cuba, a primeira cidade que vai ser visitada pelo Papa.
Segundo os responsáveis da Arquidiocese de Havana, atos similares aconteceram noutras igrejas, embora os manifestantes tenham acabado por sair das mesmas.
RV/OC
Bento XVI - México e Cuba