D. Ximenes Belo lembrou drama de 1999 Agência Ecclesia 27 de Março de 2007, às 11:23 ... D. Ximenes Belo afirmou ontem em Jacarta que soldados indonésios estiveram envolvidos na violência em Timor-Leste após o referendo de 1999 e pediu aos dois paÃses para «esquecer o passado e olhar para o futuro». «Se olharmos outra vez para o passado, abriremos velhas feridas e cairemos de novo no ódio», defendeu o antigo administrador apostólico de DÃli. D. Ximenes testemunhou ontem sobre os acontecimentos de Setembro de 1999 perante a Comissão da Verdade e Amizade (KPP), criada para investigar a violência desencadeada pelas milÃcias pró-integracionistas. «As milÃcias e soldados indonésios atacaram o edifÃcio da Diocese de DÃli, onde centenas de pessoas tinham procurado refúgio», declarou o Prémio Nobel da Paz, que foi administrador apostólico de DÃli entre 1996 e 2002. «Depois de dispararem sem descanso, as milÃcias e os soldados entraram no edifÃcio principal», contou o bispo timorense, que testemunhou em português perante os dez elementos da KPP. «Os sacerdotes foram arrastados para fora. O complexo da diocese foi incendiado, incluindo toda a biblioteca, arquivos e documentos históricos », acrescentou D. Ximenes Belo. O ataque à Diocese de DÃli aconteceu a 5 de Setembro de 1999 e no dia seguinte o alvo foi a residência de D. Ximenes. «Não sabemos quantas pessoas morreram», declarou o bispo. Os cinco comissários indonésios da KPP examinaram o testemunho do bispo, ao ponto de um deles lhe perguntar se poderia ter sido ele próprio a pegar fogo ao edifÃcio da Diocese de DÃli estando lá dentro. Depois de escapar ao incêndio, D. Ximenes refugiou-se em Baucau, para onde foi transportado por um helicóptero da polÃcia indonésia, antes de sair para a Austrália. D. Ximenes Belo contou que outras igrejas por todo o paÃs foram atacadas por milÃcias integracionistas. Um dos comissários argumentou que as milÃcias eram católicos que sentiam que a Igreja não era neutral e apoiava a via da independência, ao que D. Ximenes Belo retorquiu que professa a não-violência. Redacção/Lusa Timor Leste Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...