Três cidadãos moçambicanos encontram-se detidos a aguardar julgamento acusados de envolvimento no assassÃnio de uma missionária brasileira da Igreja Luterana, em Fevereiro de 2004, na provÃncia de Nampula (norte), disse ontem o procurador local.
Em declarações à agência Lusa, o procurador de Nampula, Daniel Magula, disse que as autoridades detiveram, recentemente, um elemento da confissão luterana naquela região do paÃs, suspeito de ter ordenado a execução de Doraci Edinger, a religiosa assassinada em sua casa, onde vivia sozinha.
Logo após ter sido despoletado o caso de morte da missionária, a PolÃcia da República de Moçambique em Nampula deteve cinco indivÃduos por suspeita de envolvimento no caso, três dos quais foram mais tarde libertados por falta de provas, sublinhou Magula.
Doraci Edinger foi encontrada morta em sua casa localizada no centro de Nampula e o corpo, em elevado estado de decomposição, apresentava vestÃgios de ferimentos supostamente resultantes de confrontos com os assassinos.
Magula disse que os três indivÃduos aguardam o julgamento, sem data, admitindo ainda o envolvimento de mais pessoas no caso que, para as autoridades policiais, derivou de ajuste de contas após denúncias, pela freira, de uma alegada má gestão de fundos naquela seita religiosa.
Informações divulgadas após o assassÃnio de Edinger relacionavam a morte da missionária com supostas denúncias sobre tráfico de órgãos de crianças e adolescentes em Moçambique, iniciadas por uma leiga brasileira, que mais tarde abandonou o paÃs, sob pretexto de ter recebido ameaças de morte.
Elilda dos Santos acusou um casal de estrangeiros residentes em Nampula de encabeçar uma indústria do tráfico de órgãos humanos em Moçambique que contribui para o desaparecimento de aproximadamente cem crianças no paÃs, facto nunca aceite pelas autoridades moçambicanas.