O dia 16 de Outubro, no qual Karol Wojtyla foi eleito como Papa em 1978, passará a ser festa nacional na Polónia. A decisão foi tomada ontem pelo Parlamento de Varsóvia.
João Paulo II (1920-2005) foi o primeiro Papa polaco e um dos grandes protagonistas na história contemporânea do seu país e do mundo.
As profundas transformações ocorridas na Europa no final do segundo milénio e no início do terceiro tiveram em João Paulo II um dos principais protagonistas. No começo do pontificado de João Paulo II, a Europa, pelo Tratado de IALTA, continuava dividida em dois blocos por motivos ideológicos e geopolíticos. Começava a surgir, à época, o Sindicato “Solidariedade”, que ameaçava provocar instabilidade não só no interior da Polónia mas também em outros países do Leste Europeu.
O Papa polaco apoiou e estimulou a chamada “Ostpolitik”, conduzida pelo seu Secretário de Estado, o Cardeal Agostinho Casaroli, e continuada pelo seu sucessor, o Cardeal Angelo Sodano. O processo culminou, no período do Presidente Gorbachev, em marco de 1990, com o restabelecimento das relações oficiais entre o Vaticano e a ex-União Soviética.
João Paulo II foi um ardoroso defensor da “Grande Europa”, que se estende do Atlântico aos Urais. A “Grande Europa”, segundo ele, deve respirar com os dois pulmões, alimentar-se com a riqueza das duas tradições: a cristã-ocidental e a eslavo-ortodoxa.
Com o final da guerra fria, os medos da humanidade viraram-se para a guerra das civilizações, confrontos com motivações religiosas entre o mundo árabe e o Ocidente. O papel de João Paulo II, mesmo aos 83 anos, voltou a ser fundamental. A campanha contra a guerra no Iraque foi o acto que simbolicamente congrega as iniciativas e apelos de paz de João Paulo II ao longo de mais de 26 anos, nascidos da convicção de que o respeito pelos direitos humanos é o único caminho para os povos.