Vaticano

Dioceses dos EUA estão a cumprir plano contra a pedofilia

Octávio Carmo
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No final do ano de 2003 quase 90% das dioceses católicas dos EUA estavam a cumprir a política nacional para proteger as crianças e lidar com casos de abusos sexual de menores, cometidos por parte de membros do clero. Os dados foram apresentados hoje pela Conferência de Bispos Católicos dos EUA (USCCB), que revelou o relatório pormenorizado sobre a maneira como as 195 dioceses e eparquias dos EUA têm aplicado a nova política de “tolerância zero” para casos de pedofilia. As auditorias, conduzidas pelo Grupo Gavin, com sede em Boston, mostram que 98 a 100% das dioceses estão a implementar a “Carta para a protecção de crianças e adolescentes”, um texto com 17 regras assumido pela USCCB em Junho de 2002. Apenas duas destas regras obtiveram um cumprimento abaixo dos 98%: a criação de programas que assegurem um “ambiente seguro” em toda a Diocese (91%) e a inquirição do passado de todos os empregados e voluntários que trabalham com menores (93%). A maior parte das dioceses que ainda não estão a cumprir todas as orientações já têm instruções para fazer mudanças em duas ou mais áreas. 28 dioceses receberam instruções para que fornecessem sessões de esclarecimento aos seus membros sobre a política da Igreja para os abusos sexuais e iniciativas paroquiais sobre abuso sexual para pais e outros adultos; 32 dioceses foram chamadas à atenção para investigarem mais completamente o passado de todo o pessoal da Igreja que trabalha com menores. BISPOS SATISFEITOS O presidente da USCCB, D. Wilton Gregory indicou que o “relatório Gavin” indica que “a Igreja Católica fez um esforço tremendo para tornar a Carta para a protecção de crianças e adolescentes como parte da sua vida”. O processo de auditorias chegou a zonas que não estavam previstos no documento saído da reunião de Dallas, em 2002. “Desse modo – realçou D. Gregory na introdução ao texto – o relatório contém recomendações gerais de grande valor para fortalecer a resposta da Igreja à crise dos abusos sexuais em todas as suas dimensões”. William A. Gavin, presidente do grupo responsável pelas auditorias, escreve que estas pareceram, em primeira instância, uma grande preocupação para os bispos, mas acabaram por tornar-se “uma fonte muito útil para demonstrar algumas deficiências que ainda não conheciam, bem como novos métodos para atingir os melhores resultados”. Para final de Fevereiro está previsto lançamento de outro relatório, a cargo do “John Jay College of Criminal Justice” sobre a natureza e dimensão dos casos de abuso sexuais ao longos dos últimos 20 anos. • Report on the Implementation of the Charter for the Protection of Children and Young People


Abusos de menores