Direitos Humanos no Médio Oriente Francisco Perestrello 31 de Janeiro de 2006, às 12:26 ... A recente vitória do Hamas nas eleições do território palestiniano torna especialmente oportuna a estreia do mais recente filme de Steven Spielberg, "Munique". Partindo dos acontecimentos de 1972 nos Jogos OlÃmpicos, em que onze atletas israelitas perderam a vida à s mãos de um grupo árabe, Spielberg centra o filme na retaliação decidida e executada pelos serviços secretos de Israel. Por um lado é de realçar o cuidado posto na reconstituição da época e na boa caracterização das principais figuras históricas, nomeadamente Golda Meir; por outro a descrição precisa dos actos de agressão, cometidos de parte a parte. O filme pugna pela inutilidade da guerra, pondo em realce os argumentos de cada uma das partes, mesmo que não esconda inteiramente a simpatia do autor pela causa israelita. Tal não impede a sua crÃtica a muitos dos processos usados no combate aos grupos árabes, com assassinatos selectivos, recorrendo a todos os meios ilegais nos mais diversos paÃses do mundo. Muito conhecido pelos filmes puramente lúdicos - como é o caso da trilogia de Indiana Jones - Spielberg não deixou por isso de atingir os pontos mais altos da sua carreira com temáticas sérias, como "A Lista de Schindler" e "O Resgate do Soldado Ryan". "Munique" não chegará tão longe como os dois exemplos anteriores, mas contém muita informação sobre um caso histórico e uma boa análise das suas consequências. O que limita a obra é a insistência em mostrar a quase totalidade dos homicÃdios perpetrados pela equipa da Mossad sobre os assassinos de Munique, o que conduz a alguma repetição e a uma montagem muito acelerada, que nem assim evitou que o filme atingisse bem perto de três horas de projecção. É um trabalho sério e interessante, que merece uma análise consciente capaz de separar as situações reais da limitada tomada de partido que por vezes se faz sentir. Francisco Perestrello Cinema Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...