"É necessário um terceiro que desenvolva uma mediação. A situação está se agravando. Peçamos a intervenção da ONU: é o único caminho para reavivar o diálogo entre as duas partes": é o apelo do Pe. Pius Perumana, jesuíta, pró-Prefeito Apostólico no Nepal. O apelo foi feito após o último ataque dos rebeldes maoÍstas que hoje causou a morte de
seis policias, um soldado e dois civis, mortos em um assalto dos rebeldes maoístas a um posto de polícia em Susuwa, a Oeste da capital Katmandu.
Em entrevista à Agência Fides, Pe. Pius afirma: "A tensão é palpável. Nos últimos tempos, ocorreram ataques dos rebeldes e contra-ofensivas do exército do governo. No meio a este fogo cruzado estão os civis que sofrem as consequências desta violência.”
“As pessoas estão com medo de ataques surpresas. O diálogo está suspenso, é preciso urgentemente encontrar uma via de negociação, mas para tal, é preciso de um mediador neutro como as Nações Unidas. Especialmente nas vilas, as pessoas estão sem escolha: ou os homens se unem aos rebeldes ou a vila é destruída. É terrível", acrescenta.
A comunidade católica sofreu recentemente um ataque na missão de Okhrey, em Dharan, 500 km ao sul da capital, onde as Irmãs da Beata Virgem Maria (loretanas) dirigiam o "Loreto Day Care Centre", que oferecia assistência médica e ajudas à população carente. O ataque dos rebeldes maoístas, ocorrido em 19 de Setembro, não causou vítimas porque naquele momento as religiosas não estavam na sede, mas destruiu completamente a estrutura, os instrumentos e as reservas de medicamentos que as religiosas utilizavam para assistir a população.
No pequeno estado montanhoso do Tibete, existem cerca de 6.000 católicos, assistidos pelos padres jesuítas e por algumas congregações religiosas femininas, sob a jurisdição da missão instituída em 1983, elevada à Prelatura Apostólica em 1996.
As missões e as escolas católicas no Nepal têm sofrido, nos últimos anos, as consequências da guerra civil que já fez mais de 8.000 mortos.