Tayyiba é uma das poucas vilas no Egipto onde a maioria dos cidadãos é cristã. Cerca de 35 mil coptas vivem com outros 10 mil muçulmanos. Contudo, as relações entre as duas comunidades são menos que pacíficas.
O último caso de violência teve início com uma procissão fúnebre muçulmana. Quando a procissão passou por Mina, um jovem copta de 14 anos, este terá quebrado uma tradição das duas comunidades ao não se desmontar do seu burro. Foi agredido repetidamente pelos muçulmanos enlutados, tendo sofrido escoriações.
Porém, terminado o enterro, os muçulmanos começaram a apedrejar casas de cristãos nas redondezas e a atacar os seus estabelecimentos. O conflito foi sanado pela intervenção da polícia, mas os cristãos alegam que a acção das autoridades apenas veio a piorar a situação.
Alegadamente para apaziguar os muçulmanos, dez dos quais foram detidos, a polícia terá detido ainda 50 cristãos. Quando estes foram libertados, verificaram que o recolher obrigatório que tinha sido imposto havia servido para pilhar as suas lojas, resultando em vários milhares de euros em prejuízo.
Há ainda outras queixas em relação às forças polícias. Alegadamente, os agentes enviados para Tayyiba como reforço, terão extorquido até 40 mil euros aos cristãos.
Os cristãos coptas compõem cerca de 10% da população do Egipto. Ao longo dos últimos anos, com o aumento do extremismo islâmico, as relações entre as duas religiões têm piorado bastante, com os cristãos a queixar-se de serem tratados como cidadãos de segunda não só pelos seus compatriotas muçulmanos, mas até pelo Governo e pela polícia.