O cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, encerrou no passado Domingo as celebrações por ocasião do 1650º aniversário do nascimento de Santo Agostinho de Hipona.
Durante uma solene Missa na Basílica de Santa Áurea, em Ostia (localidade próxima de Roma), o cardeal alemão apresentou uma reflexão sobre a actualidade deste Padre da Igreja.”
Na sua homilia, o cardeal Ratzinger assinalou que “Agostinho viveu numa época muito semelhante à nossa” e, por isso mesmo, “experimentou o grande vazio das ideologias”.
“Agostinho experimentou profundamente a liberdade até converter-se em seu escravo, como o Filho Pródigo. Se somos sinceros connosco mesmos, não podemos negar que essa parábola reflicta plenamente nossa condição existencial: a autêntica liberdade está só na amizade com o Senhor”, referiu.
“O cristianismo não é moralismo, mas dom do amor de Deus”, acrescentou.
No final da celebração eucarística, os restos mortais do Santo foram expostos na Basílica. Agostinho, em vida, permaneceu em Ostia cerca de seis meses, nos quais viveu os seus momentos místicos mais intensos, de que dá testemunho no livro IX das “Confissões”.
Por ocasião do aniversário, as relíquias do Santo visitaram pela primeira vez Roma e durante a semana passada houve encontros de orações em diferentes lugares da cidade. João Paulo II acolheu as relíquias de Santo Agostinho, na sua capela privada, na quinta-feira.