Vaticano

Enviado do Papa ao Iraque pede "estabilidade" para o país

Octávio Carmo
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O arcebispo Paul Josef Cordes, presidente do Conselho Pontifício «Cor Unum», após visitar Iraque em nome de João Paulo II, comprovou que a primeira coisa que os iraquianos precisam é de «estabilidade» para poder sonhar com um futuro. “Antes de tudo é indispensável garantir a estabilidade e a segurança. As exigências primárias da população são ainda a distribuição de água, de comida e de electricidade; há o problema de segurança, que continua a ser crítico. Basta pensar que há algumas semanas todo um carregamento de ajudas que havia saído da Alemanha rumo a Bagdad foi totalmente saqueado no meio do deserto”, esclarece o arcebispo Cordes. O presidente do organismo vaticano encarregado de coordenar a actividade das instituições católicas de ajuda confirma, em entrevista à agência Zenit, as grandes dificuldades que implica a reconstrução do país, mas assegura o compromisso dos cristãos neste sentido. “O povo pede electricidade, água, comida. Neste momento, não se preocupa com os problemas políticos, tem que pensar em viver. A primeira coisa que se deve assegurar, a primeira conquista, deve ser portanto a estabilidade, indispensável para enfrentar com a necessária serenidade o problema do sistema político e evitar os riscos de um regime «teocrático» ou de um choque entre cristãos e muçulmanos que inevitavelmente seria uma desgraça para os primeiros. Dá-me a impressão de que a administração não poderá ser breve, totalmente o contrário”, afirma. O arcebispo revela que a missão foi pedida pelo próprio Papa, que lhe pediu para viajar e dar conta da situação pessoalmente. “Digamos que não faltam motivos de preocupação. A democracia americana é uma grande democracia formada por partidos, baseada nos números - uma pessoa, um voto -, mas não me parece um sistema exportável para uma nação com uma dinâmica cultural diferente, como a iraquiana”, afirmou D. Cordes.


Guerra do Iraque