Vaticano

Espiritualidade para os comunicadores

Agência Zenit
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Comunicação e Comunhão em O rápido desenvolvimento

O cume da comunicação é a Comunhão, perspectiva que se torna possível graças à Redenção de Cristo, considera João Paulo II na Carta Apostólica dirigida aos responsáveis pelas comunicações sociais com o título “O rápido desenvolvimentoâ€. Esta espiritualidade da comunicação constitui uma das contribuições mais claras deste texto, no qual o Papa recolhe a sua experiência de comunicador, ao recordar a publicação do decreto do II Concílio Vaticano “Inter Mirifica†(4 de Dezembro de 1963). “Também o mundo dos meios de comunicação necessita da redenção de Cristoâ€, começa por constatar o Papa na passagem mais meditativa da carta. “Para analisar, com os olhos da fé os processos e o valor das comunicações sociais resulta de indubitável utilidade a profundidade da Sagrada Escritura, a qual se apresenta como um «grande código» de comunicação de uma mensagem não efémera e ocasional, mas fundamental em razão do seu valor salvíficoâ€, escreve. “A história da salvação narra e documenta a comunicação de Deus com o homem, comunicação que utiliza todas as formas e modalidades do comunicar. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus para acolher a revelação divina e para estabelecer um diálogo de amor com Eleâ€, assinala. João Paulo II considera que “por causa do pecado, esta capacidade de diálogo foi alterada, seja na escala pessoal ou social, e os homens fizeram e continuam fazendo a amarga experiência da incompreensão e da distância. Contudo, Deus não os abandonou e lhes enviou seu próprio Filho. No Verbo feito carne, o evento comunicativo assume a sua máxima dimensão salvífica: deste modo, entrega-se ao homem, no Espírito Santo, a capacidade de receber a salvação e de anunciá-la e testemunhá-la a seus irmãosâ€. “A comunicação entre Deus e a humanidade alcançou, portanto, a sua perfeição no Verbo feito carne. O acto de amor através do qual Deus se revela, unido à resposta de fé da humanidade, gera um diálogo fecundoâ€, explica. Desde esta perspectiva, assinala o Papa, “os meios de comunicação social revelam-se como uma oportunidade providencial para chegar aos homens em qualquer latitude, superando as barreiras de tempo, espaço e língua, formulando nas mais diversas modalidades os conteúdos da fé e oferecendo a quem busca lugares seguros que permitam entrar em diálogo com o mistério de Deus revelado plenamente em Cristo Jesusâ€. Para João Paulo II, há um momento culminante no qual a comunicação se faz comunhão plena: “o encontro eucarísticoâ€. “Reconhecendo Jesus na «fração do pão», os crentes sentem-se impulsionados a anunciar a sua morte e ressurreição e a tornarem-se valentes testemunhas do seu Reinoâ€, refere. “Graças à Redenção, a capacidade comunicativa dos crentes foi curada e renovada. O encontro com Cristo transforma-os em criaturas novas, permite-lhes passar a fazer parte deste povo que Ele conquistou com o seu sangue, morrendo sobre a Cruz, e os introduz na vida íntima da Trindade, que é a comunicação contínua e circular de amor perfeito e infinito entre o Pai, o Filho e o Espírito Santoâ€, sublinha a Carta. O Papa conclui vincando que “a comunicação penetra as dimensões essenciais da Igreja, chamada a anunciar a todos a gozosa mensagem da salvação. Por isso, ela assume as oportunidades oferecidas pelos instrumentos da comunicação social como caminhos oferecidos providencialmente por Deus nos nossos dias para acrescentar a comunhão e tornar mais incisivo o anúncioâ€. Notícias relacionadas • João Paulo II desafia a Igreja a apostar no mundo dos Media • Carta Apostólica de João Paulo II aos responsáveis das comunicações sociais • Igreja e Comunicação Social, relação a redescobrir


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