Vaticano

Evangelizar não é antidemocrático

Paulo Rocha
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Patriarca pede qualidade beleza e sentido de Igreja para o ICNE 2005

Que os cristão assumam o dever de evangelizar, que a cidade conheça o Congresso e que as iniciativas de uma semana tenham continuidade. São os três frutos que D. José Policarpo espera do Congresso Internacional da Nova Evangelização que decorre em Lisboa em Novembro do próximo ano. Em sintonia com quem participa nas comunidades cristãs, o Patriarca de Lisboa está certo que “recolhemos aos abrigos, refugiamo-nos no quentinho” esquecendo a cidade, os seus novos dinamismos e estruturas. O ritmo acelerado da urbanização de costumes e sociedades traz consequências para a organização da Igreja que D. José Policarpo quer enfrentar. A organização em paróquias territoriais será, por ventura, a primeira a ter que sofrer fortes alterações para que as propostas da Igreja sintonizem com as necessidades das mulheres e homens do presente. Falando à delegação portuguesa que participa no Paris Toussain 2004 (a realização em Paris do Congresso Internacional para a Nova Evangelização), D. José Policarpo mobilizou os 215 congressistas presentes para a dinamização do Congresso em Lisboa. Alguns já participaram em Viena, no ano passado. O desejo do Patriarca é que essa “coluna de mobilizadores” para as iniciativas que serão promovidas em Lisboa vá “sempre engrossando. Aos congressistas portugueses presentes, D. José pediu que não imitassem o que se vê em Paris. Sem qualificar, apelou à criatividade e à qualidade dos projectos que se desenvolverem. Sem a preocupação de “fazer melhor ou pior”, D. José Policarpo deseja que se faça com qualidade, beleza e sentido de Igreja. Param o Congresso que se realiza em Lisboa, o Cardeal Patriarca espera que os cristãos comprometidos aprendam que os deveres que têm não são apenas ir à missa ou confessar-se. “Evangelizar é dever de todos”, referiu. “Tornar isto público”. D. José Policarpo quer que o Congresso chegue a todas as pessoas, ao público. Para isso, espera a ajuda dos meios de comunicação social. O Patriarca de Lisboa espera ainda que os debates que a realização de Lisboa deste Congresso Internacional definam “linhas de força que possam permanecer”. Uma delas é, e repetiu-o, esse “dever de evangelizar”, na certeza de que isso não é “anti-democrático”. Outra, “a aprendizagem prática da convivência na diferença”, que exige a passagem da ideia de “respeitar a diferença para valorizar a diferença”. D. José deseja ainda que os dinamismos da nova evangelização, em Lisboa, conduzam à “síntese entre o templo e a rua, as igrejas e a cidade”.


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