O Governo da Província do Lubango veio a terreiro desmentir qualquer conflito com a Igreja Católica, após uma polémica relativa à instalação da rádio Ecclesia naquela região.
João Castro Rodrigues, Delegado Provincial da Comunicação Social, afirmou em conferência de imprensa ontem, que “não vê qualquer inconveniência da montagem da estação emissora” desde que “cumpram as formalidades legais”.
Segundo ele, a Comissão Instaladora da Rádio Ecclesia, “sem o conhecimento do Governo provincial e da Direcção Provincial da Comunicação Social”, iniciou a montagem dos estúdios e das antenas, o que constitui uma “transgressão administrativa”.
Em reacção a estas declarações, o Pe. Pacheco Simões, da Comissão Instaladora, afirmou ao jornal O Apostolado que a instalação das antenas e dos estúdios locais fazem parte do projecto nacional da expansão da emissora católica, e é a esse nível que devem ser vistas as questões legais.
Este é o mais recente episódio do diferendo que opõe o Governo e a emissora católica. No dia 29 de Setembro, o governador da província da Huíla, Ramos da Cruz, escreveu ao Arcebispo do Lubango, D. Zacarias Kamuenho, intimando-o a suspender as obras em curso para a construção dos estúdios, montagem da torre e do emissor da rádio naquela região, sob pena de usar a intervenção administrativa de coerção para desactivar o equipamento entretanto já montado.
A emissora, que é propriedade da Conferência Episcopal, foi criada em 1955, mas fechada pelo governo em 1977, numa altura em que emitia em FM, ondas médias e ondas curtas, portanto com uma dimensão nacional. Reabriu apenas em 1997, com um emissor de FM em Luanda, e pretende agora retomar a sua emissão de âmbito nacional, através de emissores em frequência modelada nas diferentes regiões do país, mas esse projecto tem esbarrado com dificuldades das autoridades governamentais.
