Vaticano

Extremismo religioso no Iraque assusta Igreja Católica

Octávio Carmo
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O visível crescimento do extremismo religiosos no Iraque está a preocupar os líderes cristãos no país e já mereceu a tomada de posição por parte da Santa Sé, preocupada com as consequências deste facto para o diálogo inter-religioso. Em entrevista à RR, o Bispo Auxiliar do Patriarcado Caldeu, D. Salomão Warduni, confirma que o diálogo entre cristãos e muçulmanos é bom, mas mostra preocupação com a influência que estrangeiros, a quem chama fanáticos, possam ter na actual conjuntura de grande instabilidade no Iraque. "O diálogo é bom porque nós, os chefes das Igrejas Cristãs no Iraque, tínhamos ido no dia 12 de Agosto a Najaf e encontrámo-nos com Mohamed Baquer Al-Hakim e com os outros chefes religiosos. Eles são pelo diálogo e aceitam a convivência como irmãos e assim podemos colaborar uns com os outros. Só que os fanáticos aumentaram, especialmente os estrangeiros. É isto que nos mete medo e nos faz mal", disse. Também ontem no Vaticano, o presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso manifestou apreensão sobre a segurança da comunidade cristã no Iraque. "A nossa esperança está no Senhor e nos homens de boa vontade e em tudo aquilo que o Papa faz por nós e pela paz no mundo. Por isso estou certo e digo sempre a todos que rezem a Deus para que Ele nos dê a paz e que digam especialmente a todos os chefes de Estado que respeitem os direitos dos outros", comentou D. Warduni. IRAQUE: UM TERRENO DE JOGO ONDE TODOS QUEREM TER A SUPREMACIA O sacerdote Nizar Samaan, da diocese de Nínive, explica por seu lado à agência Fides que a verdadeira resposta aos problemas dos iraquianos irá surgir somente através de um Iraque democrático, que tenha espaço para todos. “O povo iraquiano tem necessidade sobretudo de sentir uma palavra de esperança, de confiança e os sinais concretos para a construção de um futuro melhor. Os iraquianos neste momento precisam de assistências, desde o alimento aos medicamentos, da água à energia eléctrica”, sustenta. “Desejo que a terra iraquiana, regada com o sangue dos seus filhos, se torne o mais rapidamente possível uma terra de paz e pare imediatamente com a loucura da guerra e do terrorismo”, conclui o Pe. Nizar.

Guerra do Iraque