Vaticano

Falece no Chile bispo defensor dos Direitos Humanos

Octávio Carmo
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O Bispo chileno Fernando Ariztía Ruiz, que enfrentou o general Augusto Pinochet pelas violações dos direitos humanos perpetradas nos anos mais duros da ditadura militar chilena, faleceu ontem, vítima de doença prolongada. O prelado ficou conhecido ao criar em 1973 o Comité Pro Pace, organismo ecuménico que salvou muitas vidas durante os primeiros anos da ditadura (1973-1990). Os familiares das vítimas da ditadura e advogados de direitos humanos lamentaram publicamente a morte desta figura de referência da Igreja na América latina. "O Cardeal Raúl Silva Henríquez, salesiano, e D. Ariztía Ruiz, como Bispo Auxiliar de Santiago, foram os pastores da Igreja que, desde o primeiro momento, enfrentaram os militares, ajudaram, colaboraram e protegeram muita gente que foi perseguida pela ditadura militar", recordou o advogado de direitos humanos, Héctor Salazar. No passado dia 30 de Julho a Câmara dos Deputados tinha homenageado D. Ariztía Ruiz pelo seu trabalho pastoral e coragem na ajuda dos mais fracos. Na oportunidade os deputados destacaram o papel desempenhado pelo Comité Pro Pace. O discurso que proferiu por ocasião dessa homenagem revela a personalidade de D. Ariztía Ruiz, que voltou a insistir com Pinochet para que pedisse perdão “pelos crimes cometidos durante o seu regime.”


Direitos humanos