Bento XVI prosseguiu esta Quarta-feira o ciclo de conferências sobre o Apóstolo Paulo, por ocasião do Ano Paulino, retomando o tema da “absoluta gratuidade da salvação” que tinha abordado na semana passada.
Hoje, o Papa abordou as consequências que brotam da justificação pela fé e da acção do Espírito Santo na vida do cristão. Neste contexto, lembrou que Paulo, na sua Carta aos Gálatas, - na qual acentua a gratuidade da justificação -, “ressalta também a relação existente entre a fé e as obras”.
Os frutos do Espírito, segundo o Apóstolo, são: “amor, alegria, paz, compreensão, serviço, bondade, lealdade, amabilidade, domínio de si”. Nesta lista, o primeiro grande dom é o ágape ou o amor. “É o Espírito que nos leva a um amor total a Cristo e a não viver para nós mesmos, mas por aquele «que morreu e ressuscitou por nós»”, disse o Papa.
Assim, concluiu Bento XVI, a centralidade da justificação sem as obras não entra em contradição com a fé actuante no amor. Ao invés, “as consequências de uma fé que não se encarna no amor são desastrosas, porque tudo se reduz ao puro arbítrio e ao subjectivismo mais nocivo”.
Por isso, São Paulo coloca, muitas vezes, as comunidades cristãs diante do “juízo final”, quando “receberemos a recompensa pelas nossas obras”, referiu o Papa.