Vaticano

Fundação do Papa para América Latina distribuirá este ano dois milhões e meio de dólares

Agência Zenit
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Nos próximos dias, reunir-se-á em Brasília a Fundação «Populorum Progressio», criada por João Paulo II para distribuir dois milhões e meio de dólares entre cerca de 260 projectos de desenvolvimento em algumas das comunidades mais pobres da América Latina. A reunião, que acontecerá de 20 a 23 de Julho, congregará cardeais e bispos latino-americanos, assim como representantes do Conselho Pontifício «Cor Unum». Os projectos que forem aprovados atenderão os diversos aspectos de desenvolvimento integral de uma comunidade: saúde, moradia, água potável, educação, infra-estrutura pública, produção, nutrição, formação religiosa e cívica. A Fundação «Populorum Progressio» foi criada pelo Papa em 1992 para ser «um gesto de amor solidário da Igreja para com os mais abandonados e necessitados da América Latina, como são as populações indígenas, mestiças e afro-americanas». A Fundação tem sua sede no Conselho Pontifício «Cor Unum», na Cidade do Vaticano, cujo presidente, o arcebispo Paul Josef Cordes, é também presidente da Fundação e seu representante legal. Os projectos apresentados na reunião vão acompanhados por uma carta do bispo do local garantindo que a necessidade à qual se faz frente é real, que a realização procederá no tempo assinalado e que conta com sua aprovação e com os serviços diocesanos. Também se usam os serviços das Nunciaturas Apostólicas. «Gosto de destacar que esta fundação tem uma especificidade muito importante - explica o arcebispo Paul Josef Cordes em declarações a Zenit -: a selecção dos projectos aos quais se ajuda é decidida por quem recebe a ajuda material e não por patrões do exterior. Isto nós sublinhamos sempre para evitar todo paternalismo» Dom Cordes assinala outro aspecto característico desta fundação papal: «Desde o início da história da Igreja, os bispos se ocupavam dos pobres. Nesta fundação temos claro que quem tem que decidir o compromisso e a ajuda não são os administradores técnicos, mas as pessoas que conhecem directamente a situação das pessoas». «As grandes agências de ajuda correm o enorme perigo de que tudo passe pelas mãos de administradores, que certamente são necessários, mas que podem chegar a relativizar a ideia inicial, que em nosso caso é o mais importante», acrescenta. «Também, a estrutura organizativa da Igreja, presente em toda América Latina, permite sem gastos adicionais que a ajude chegue aos últimos rincões e até as selvas mais escondidas», declara. Dom Cordes informa por último que entre as instituições que oferecem sua contribuição à Fundação «Populorum Progressio» para que ela possa desempenhar seu trabalho de ajuda, destaca-se de maneira decisiva a Conferência Episcopal Italiana. Desde 13 de fevereiro de 1992, data na qual João Paulo II instituiu esta Fundação, foram destinados algo mais que 17 milhões de dólares americanos a favor de mais de dois mil projectos. Este dado não leva em conta os projectos e as ajudas que se dedicarão na iminente reunião.

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