O Bispo Jia Zhiguo, da Igreja “Clandestina” na China, foi libertado ontem pelas autoridades de Pequim em Shijiazhuang, na província de Hebei (nordeste), onde tinha sido preso no dia 5 de Abril.
Segundo a Asianews, é prática das autoridades colocar na prisão os bispos fiéis ao Papa antes das grandes celebrações litúrgicas, como é o caso da Páscoa.
O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, contestou a prisão deste Bispo católico na China, por parte das autoridades locais, considerando que “mais uma vez, um membro da hierarquia católica é privado da liberdade pessoal sem que se forneçam motivos jurídicos. Isto é inadmissível num Estado de direito que declara garantir ‘a liberdade religiosa’ e diz respeitar e preservar os direitos humanos”.
A detenção de Jia Zhigo seguiu-se à do bispo Wei Jingyi na cidade de Qiqihar (nordeste). Wei permaneceu detido entre 05 e 14 de Março durante a sessão anual do parlamento chinês.
As relações entre a China e o Vaticano foram cortadas em 1957, depois de o Papa Pio XII ter excomungado dois bispos nomeados pelo regime comunista. O Vaticano estabeleceu então relações com Taiwan.
Os católicos chineses, cerca de 14 milhões distribuídos entre a Associação Católica Patriótica e a Igreja Católica "clandestina", dividem-se entre a lealdade ao Papa João Paulo II e ao Partido Comunista Chinês.
Embora o Partido Comunista (68 milhões de membros) se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais, entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis.
Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina" conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos.
O baptismo e o ensino religioso entre menores de 18 anos são punidos na China com prisão ou confinamento aos “campos de reeducação pelo trabalho”.