O Bispo Julius Jia Zhiguo, da diocese de Zheng Ding da Igreja Católica “clandestina”
foi posto em liberdade na passada sexta-feira, após cinco dias de detenção.
O prelado foi preso por dois policias a 13 de Junho na província de Hebei (noroeste da China) juntamente com um sacerdote trapista, Placid Pei Ronggui.
Com 69 anos de idade, D. Jia Zhiguo viveu quase todo seu ministério episcopal sob prisão domiciliar. Em certas ocasiões de importantes reuniões do Partido ou de visitas de chefes de Estado e personalidades estrangeiras, é detido e isolado em lugares desconhecidos.
O Bispo já tinha sido preso em Abril deste ano, situação que levou o porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, a afirmar que “mais uma vez, um membro da hierarquia católica é privado da liberdade pessoal sem que se forneçam motivos jurídicos. Isto é inadmissível num Estado de direito que declara garantir ‘a liberdade religiosa’ e diz respeitar e preservar os direitos humanos”.
As relações entre a China e o Vaticano foram cortadas em 1957, depois de o Papa Pio XII ter excomungado dois bispos nomeados pelo regime comunista. O Vaticano estabeleceu então relações com Taiwan.
Os católicos chineses, cerca de 14 milhões distribuídos entre a Associação Católica Patriótica e a Igreja Católica "clandestina", dividem-se entre a lealdade ao Papa João Paulo II e ao Partido Comunista Chinês.
Embora o Partido Comunista (68 milhões de membros) se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais, entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis.
De acordo com a Fundação “Cardeal Küng”, actualmente todos os bispos da Igreja Católica “clandestina” se encontram em prisão domiciliar, sob estrita vigilância ou escondidos. A Igreja Católica "clandestina" conta mais de 8 milhões de fiéis, que são obrigados a celebrar missas em segredo, nas suas casas, sob o risco de serem presos.