Não "há nada mais falso do ponto de vista histórico e moral" que acusar o Papa Pio XII de silêncio durante o regime nazi, defende o historiador Giuseppe Sale, em artigo publicado na revista jesuíta “Civiltà Cattolica”.
O texto diz que Eugenio Pacelli, nome de baptismo de Pio XII, salvou muitos judeus e ofereceu refúgio e protecção a membros do partido antifascista italiano Comité de Libertação Nacional e a maçons na "cidadela da clandestinidade" do Vaticano.
"Pio XII, Papa diplomático e sábio”, disse Sale, “preferiu concentrar as forças da Igreja na ajuda humanitária, ou seja, ajudar os necessitados".
No passado mês de Outubro, Bento XVI convidou a rezar “para que prossiga felizmente a causa de beatificação” de Pio XII, Papa que faleceu no dia 9 de Outubro de 1958, destacando a sua acção durante a II Guerra Mundial.
Pio XII, assegurou o actual Papa, “agiu muitas vezes de forma secreta e silenciosa, porque, à luz das situações concretas daquele complexo momento histórico, ele intuía que só desta forma podia evitar o pior e salvar o maior número possível de judeus”.
Numa cerimónia que decorreu na Basílica de São Pedro, no Vaticano, Bento XVI recordou o seu predecessor, Eugénio Pacelli, o último Papa que nasceu em Roma, que guiou a Igreja “numa época marcada pelos totalitarismos: o nazi, o fascista e o comunista soviético”. A todas estas situações, Pio XII reagiu com condenações escritas, nas encíclicas “Non abbiamo bisogno, Mit Brennender Sorge e Divini Redemptoris”.
Neste contexto, chamou a atenção para a “intensa obra de caridade que (Pio XII) promoveu em defesa dos perseguidos, sem distinção de religião, de etnia, de nacionalidade ou pertença política”.