Igreja ainda vive os efeitos da guerra civil em Angola Agência Fides 06 de Dezembro de 2004, às 10:57 ... A Lunda Norte foi a última provÃncia angolana a ser evangelizada. Os missionários estabeleceram-se no inÃcio do século passado em Mussuco, no extremo Noroeste, mas por causa da vastidão do território, da falta de pessoal e das dificuldades nos transportes, não conseguiram garantir uma presença da Igreja em todos os municÃpios. Em 1974, os missionários Verbitas começaram a construir uma missão em Caungula, a cerca de 150 km de Cuilo, mas menos de um ano depois tiveram que abandonar a missão, com a eclosão da guerra civil, que coincidiu com a proclamação da independência angolana de Portugal. Entre 1975 e 1983, os Verbitas puderam visitar os poucos católicos e organizar as primeiras comunidades cristãs. Depois, a ocupação da guerrilha interrompeu as visitas dos missionários. Em 2003, com o fim da guerra civil, a recém-criada Diocese de Dundo (que coincide com Lunda Norte) tomou a iniciativa de reorganizar a presença da Igreja católica na provÃncia certamente mais esquecida. Foi assim criada a Paróquia de S. Francisco Xavier de Cuango, herança da antiga missão de Mussuco; e foi confiada aos missionários da SMA, Sociedade das Missões Africanas, presentes em Lunda Norte desde 1999. O seu território é muito vasto: cerca de 60.000 km, para cerca de 300.000 habitantes. À espera que os missionários Verbitas, como prometido, voltem para sua antiga missão de Caungula, as comunidades cristãs de Cuilo são visitadas pelos missionários da SMA. As visitas são dificultadas pelas péssimas condições das linhas de comunicação: diversas pontes estão destruÃdas e as estradas de terra podem ser percorridas apenas na estação da seca. A maior parte das comunidades, portanto, pode ser visitada somente de bicicleta ou de moto. A situação eclesial depois de um isolamento de 20 anos provocou a admiração dos missionários. Primeiramente, deve-se destacar o facto que o número das comunidades e dos cristãos cresceu de maneira mais do que exponencial. Durante 20 anos, as comunidades surgiram e consolidaram-se sem poder receber os sacramentos. Agora, os pedidos para receber os sacramentos de iniciação e do matrimónio são impressionantes. Outra particularidade é o modo em que surgiram as novas comunidades: espontaneamente, por iniciativa de um fiel que reunia a sua famÃlia e amigos para ler a BÃblia e rezar com velhos cânticos traduzidos em chokwe (a lÃngua mais falada em Lunda Norte). O dever primeiro dos missionários hoje é a formação dos catequistas, lÃderes, anciãos, para que se sintam parte de uma Igreja com carácter e vocações “católicas†universais. Nesse sentido, foram realizados breves cursos de formação para catequistas e outros lÃderes. No plano social, os problemas da população são enormes. Antes de tudo, as infra-estruturas, que foram destruÃdas pela guerra: a inexistência de estradas e pontes acentua o isolamento da região e impede que a agricultura vá além da subsistência. Escolas, postos de saúde, escritórios do governo, magazines para guardar os produtos agrÃcolas foram destruÃdos e devem ser reerguidos. A mortalidade infantil é uma das mais altas de Angola, o Ãndice de analfabetismo idem, e as perspectivas não são cor de rosa, já que há uma carência crónica de professores na região. Também não existe o pequeno comércio, que ajuda a população a servir-se de bens essenciais como óleo, sal, sabão, açúcar e leite. Por isso, os missionários da SMA, no meio das dificuldades (a sua missão em Cuilo dista 580 km, ou seja dois dias de cansativa viagem), promovem medidas de ajuda à população. A primeira foi a distribuição de pequenos kits de medicamentos para as doenças mais comuns (malária, infecções respiratórias, diarreia infantil, parasitas intestinais). Em seguida, distribuÃram 1400 kits agrÃcolas, para incentivar o cultivo. E actualmente, realizam uma operação para tentar reduzir a mortalidade infantil: distribuição de telas contra mosquitos, leite vitaminizado para crianças, medicamentos e cobertas. Angola Share on Facebook Share on Twitter Share on Google+ ...