Vaticano

Igreja angolana volta a alertar para a situação em Cabinda

Octávio Carmo
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O bispo da província angolana de Cabinda, D. Paulino Madeca, lançou um novo alerta para a situação no enlcave, assegurando que a guerra recrudesceu em Cabinda a partir do dia 11 de Outubro de 2002, com a ofensiva militar então lançada pelas Forças Armadas Angolanas (FAA), Intitulado “Mercenário abandona ovelhas”, o documento é assinado por todo o clero da Diocese. D. Paulino Fernandes Madeca escreve na mensagem pascal que “Cabinda conhece o maior drama da sua existência como povo", falando das "maiores barbaridades cometidas pelas FAA, numa guerra sem tréguas, contra a guerrilha: assassinatos, prisões à revelia dos órgãos judiciais; violações, até de menores, campos de concentração; saque desenfreado da madeira, utilizando os prisioneiros como mão-de-obra; destruição de culturas, minagem selvagem de zonas sensíveis". O Governo angolano "jamais soube gerir esta situação" e "adoptou sempre uma estratégia de força", acusa. Os bispos católicos de Angola tinham denunciado esta situação no início de Abril, com uma Mensagem Pastoral onde criticam a situação de guerra que ainda existe no enclave. A Mensagem, intitulada “Angola no caminho da esperança”, mostra-se muito dura para com a “guerra de Cabinda”. “Irmãos nossos têm sido dizimados por uma luta armada, cujas principais vítimas são sempre os mais inocentes: velhos, mulheres e crianças”, atiram. “É pela força do direito, reconhecido através do diálogo, que o caso de Cabinda deve ser resolvido”, asseguraram os líderes da Igreja Católica em Angola.


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