A Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) enviou uma carta aos deputados federais, na qual se reitera a posição da Igreja Católica sobre temas importantes de aspectos de Bioética implicados no “Projecto de Lei de Biossegurança”, que está em fase final de votação no Congresso brasileiro.
Na carta, assinada pelo Cardeal Geraldo Majella Agnelo, presidente da CNBB, e pelos Bispos Antônio Celso de Queirós, vice-presidente e Odilo Pedro Scherer, secretário-geral da CNBB, é afirmada a preocupação da Igreja perante do avanço científico no campo da biogenética e da biotecnologia, que - embora tenham aberto perspectivas na cura de doenças e do desenvolvimento humano- geram interrogações "não apenas científicas, mas sobretudo de cunho ético".
Sobre as pesquisas no campo genético, afirmam com entusiasmo que "o progresso da ciência e da tecnologia abre novas possibilidades para que possamos levar adiante a missão que o Criador nos confia. Neste sentido, congratulamo-nos com as pesquisas recentes e o uso responsável de células-tronco adultas encontradas no cordão umbilical, na medula óssea e um pouco espalhadas por todo o corpo humano".
Em relação às pesquisas com células-tronco embrionárias, contudo, os Bispos ressaltam que é necessário "rejeitar com firmeza a produção de embriões, ou a utilização de embriões já existentes, tanto para pesquisas, quanto para eventual produção de tecidos e órgãos".
Reiterando a supremacia da vida humana sobre qualquer promessa ilusória de saúde que possa ser vendida por certos organismos, a CNBB afirma que "para as pesquisas com células-tronco embrionárias seria necessário a eliminação dos embriões e a vida humana deve ser respeitada, sempre, desde o seu início até o seu termo".
A carta finaliza com um pedido expresso aos deputados brasileiros para que não se deixem vergar pela pressão de grupos que investem em biotecnologia visando apenas os lucros. "Na certeza de que os nossos legisladores se hão-de orientar pelo valor supremo da vida humana na elaboração das leis, pedimos a Deus que os guie no alto desempenho de sua missão legislativa”, concluem.