Vaticano

Igreja Católica lança novas denúncias sobre o tráfico internacional de menores

Octávio Carmo
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A Procuradoria da República Italiana decidiu na semana passada instaurar um inquérito para apurar as denúncias sobre o tráfico de menores e de órgãos, que constam no dossier apresentado pela agência missionária Fides. Segundo os dados recolhidos por este organismo do Vaticano para as missões, mais de um milhão de crianças está à venda no mundo, todos os anos. Tráfico de órgãos, sexo, mão-de-obra barata são os destinos referidos para os “novos escravos”, segundo o documento: um recém-nascido de sexo masculino pode custar 50 mil Euros, um fígado, 30 mil. “A cada ano, no mundo, mais de um milhão de crianças são vítimas do tráfico de seres humanos. São os escravos do século XXI e são explorados pela indústria do sexo, como mão-de-obra barata, como domésticas. As que têm mais sorte podem ser adoptadas, mas não faltam os casos de crianças que desaparecem misteriosamente e são mortas para fornecer órgãos para transplantes, por caminhos ilegais”, refere o dossier, elaborado pela jornalista Miela Fagiolo D’Attilia. Segundo a agência Fides, o tráfico ilegal de crianças representa uma movimentação de mil e 200 milhões de dólares por ano (cerca de um mil milhões de Euros), e poucas são as vítimas em condições de denunciar as agressões que lhe são feitas. “Particularmente alarmante é o caso da Tailândia, onde, de 1993 a 1995, a prostituição representou de 10% a 14% do PIB (Produto Interno Bruto) e onde se calcula que aproximadamente um terço das mulheres tailandesas envolvidas no mercado da prostituição sejam menores de idade” afirma o documento. Ver também • Denúncia de religiosa brasileira dá origem a investigação sobre o tráfico de órgãos em Moçambique


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