Vaticano

Igreja Católica no Iraque alerta para a iminência de guerra civil

Octávio Carmo
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O recrudescimento da violência no Iraque levou os responsáveis da Igreja Católica no país a alertar para o risco de uma guerra civil eminente. A explosão da cúpula da Mesquita dourada de Samarra, enclave xiita a norte de Bagdad foi o episódio que, esta quarta-feira, deu início a mais uma onda de ataques entre facções muçulmanas no país. Os responsáveis católicos, contudo, asseguram que é o todo o Iraque que está em risco, lembrando que, em Janeiro, os ataques foram dirigidos contra várias igrejas cristãs em Bagdad e em Kirkuk. A principal figura católica no país, D. Emmanuel Delly, Patriarca dos Caldeus, explicou à agência missionária Misna que “atacar a casa do Senhor significa estar contra Deus; por essa razão, chegam protestos de todo o mundo e de pessoas pertencentes a qualquer fé”. O Patriarca espera que se afastem do Iraque “aqueles que não querem que reine a paz”, endereçando palavras de solidariedade aos “irmãos muçulmanos”, pedindo que todos formem “uma são família, a família iraquiana”. O Bispo auxiliar de Bagdad, D. Shlemon Warduni, considera, por seu lado, que o objectivo dos atentados “é semear a divisão e o ódio, para impedir o progresso da nação”. “Não estamos ainda em guerra civil, mas quando se assiste a estes atentados, o risco não deve ser menosprezado”, alerta. O governo iraquiano decretou hoje o recolher obrigatório em Bagdad e em três outras províncias, enquanto nas últimas horas foram descobertos cerca de 80 cadáveres, anunciaram fontes policiais. Calcula-se que 200 pessoas tenham morrido nas últimas 48 horas, depois do ataque contra o mausoléu dos imãs Ali al-Hadi e Hassan al-Askari na cidade sunita de Samarra.


Guerra do Iraque