Vaticano

Igreja Católica pede políticas económicas que favoreçam os países mais pobres

Octávio Carmo
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A Santa Sé pediu à comunidade internacional que seja capaz de desenvolver políticas económicas que favoreçam os países mais pobres. A intervenção do Arcebispo Silvano Tomasi na 11ª Sessão da UNCTAD, a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, foi publicada hoje pela sala de imprensa da Santa Sé “A erradicação da pobreza faz crescer a coesão social e favorece o desenvolvimento sustentável”, pelo que a comunidade internacional deve empenhar-se para alcançar tal objectivo, disse o Arcebispo Silvano Tomasi no encontro, que se concluiu na passada sexta-feira, em São Paulo. Os presentes aprovaram um documento em que os países-membros se comprometem a reforçar as iniciativas para a eliminação da pobreza, dando continuidade aos objectivos fixados no Encontro de Cúpula do Milénio, realizado em Setembro do ano 2000, em Nova Iorque. O representante católico observou que a globalização em si não é boa nem má, mas vincou que “ela determinou a marginalização de muitas pessoas, sobretudo nas áreas rurais, e a marginalização priva as pessoas do próprio direito a uma plena participação nas oportunidades de desenvolvimento”. “De facto, se por um lado o número de seres humanos que vivem com menos de um dólar por dia diminuiu nos últimos vinte anos, por outro lado, verificou-se uma clara falta de uniformidade no progresso económico, segundo as diversas áreas do planeta”, apontou. O arcebispo Tomasi Silvano referiu ainda que “a desigualdade é fonte de conflitos e gera em alguns contextos a aceitação da violência como forma de expressão social”. Desse modo, o prelado evidenciou que não é suficiente “abrir a economia” para reduzir a pobreza, mas é preciso, sobretudo, uma política de investimento no capital humano e nas infra-estruturas, “factores decisivos para garantir um desenvolvimento duradouro”. No final da sua intervenção, D. Silvano Tomasi reiterou a importância da redução da dívida externa dos países pobres e garantiu o apoio da Santa Sé para revitalizar a UNCTAD.


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