A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) emitiu, junto com representantes de outras denominações cristãs e confissões religiosas, um comunicado que recorda que o matrimónio entre um homem e uma mulher "foi e é uma instituição fundamental na história das sociedades de nosso entorno cultural", contestando a legalização do matrimónio homossexual na Espanha.
O texto foi assinado pelo Presidente da Comissão Episcopal de Relações Inter-confessionais da CEE, D. Adolfo González Montes; o Presidente da Federação Comunidades Judaicas, Jacobo Israel Garzón; o Presidente da Federação de Entidades Religiosas Evangélicas, José María Baena Acebal; e o Deão da Catedral Ortodoxa Grega em Madrid, Arcipreste Dimitri Tsiamparlis. No documento está um apelo a que não se modifique “a estrutura do matrimónio”.
O Congresso Espanhol, aprovou, ontem, a lei que permitirá o matrimónio entre pessoas do mesmo sexo. A Espanha passa a ser o terceiro país do mundo a permitir o casamento entre homossexuais, tendo sido a alteração do Código Civil - proposta pelos socialistas - aprovada pela maioria dos partidos, excepto o Popular
As confissões religiosas recordam que "o matrimónio monogâmico heterossexual é parte da tradição judeocristã" e de outras confissões religiosas, cuja estrutura foi e é básica na história da sociedade espanhola. O texto indica que "os direitos que se queiram ou devam reconhecer a outro tipo de uniões" diferentes do matrimónio não devem afectar a sua essência e identidade.
Do Vaticano chegou também um reacção de condenação, da parte do presidente do Conselho Pontifício para a Família, Cardeal Lopez Trujillo, o qual considerou a lei espanhola que permite o casamento entre homossexuais "inumana" e fruto de "uma estranha ideia de modernidade".
“Perguntaram às famílias espanholas o que querem? Fizeram uma investigação profunda? A família é um dom recíproco total entre homem e mulher que exige fidelidade, exclusividade e abertura aos filhos", afirma o Cardeal.
“Agora parece que qualquer modelo de união pode chegar a ser uma família, como se fosse um clube", acusa em declarações ao Corriere della Sera.