D. Charles Bo, Arcebispo de Yangon nem Myanmar (ex-Birmânia), explicou que a liberdade de culto para a minoria cristã do país depende da vontade das autoridades locais.
Mesmo representando apenas 1,3% numa população total de 51 milhões de habitantes, a comunidade cristã, na sua maioria oriunda de comunidades tribais, é, nas palavras do Arcebispo de Yangon, "muito empenhada".
Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, D. Charles Bo, explicou que "o Governo favorece a religião maioritária, o budismo", mas salvaguardou que os católicos têm liberdade de culto "nos locais autorizados".
"Dependendo das autoridades locais, podem existir restrições como a necessidade de obter licenças especiais para realizar grandes encontros religiosos", acrescentou.
Segundo o prelado, as relações entre a Igreja Católica e os budistas são "pacíficas, não se registam conflitos, mas também não existe diálogo oficial". Verificam-se no país algumas conversões ao cristianismo, mas oriundas das religiões tradicionais.
As vocações não são um problema em Myanmar, apesar das dificuldades económicas e dos problemas na área educativa.
Myanmar é governada por uma junta militar desde 1962 e em 1990 foram realizadas eleições que deram uma vitória esmagadora (80% dos votos) à Liga Nacional para a Democracia. No entanto, os militares recusaram fazer a transição do poder e, desde então, têm procurado suprimir toda a oposição.