O Bispo católico de Bafatá criticou a inexistência de um governo na Guiné-Bissau, após o presidente guineense ter demitido o executivo de Carlos Gomes Júnior e nomeado Aristides Gomes como primeiro-ministro.
Em declarações à margem de uma conferência de imprensa, destinada a denunciar a onda de criminalidade que está a assolar também as missões católicas no país, D. Pedro Carlos Zilli afirmou-se "desiludido" com a situação, definindo o país como "um barco sem leme".
"Eu esperei muito mais deste momento de transição. Esperava que tivéssemos conclusões muito melhores do que as actuais. Não chegámos àquilo que efectivamente esperávamos. Não pode ser que um país fique sem governo. Ficar sem governo é uma coisa triste e só quem está na Guiné-Bissau é que sente isso. Estamos num barco sem leme", afirmou o prelado brasileiro.
Com D. José Camnaté Na Bissign, Bispo de Bissau, a seu lado, D. Carlos Zilli indicou que "seria bom" que a ausência de um executivo fosse "rápida e definidamente ultrapassada", para que, "com simplicidade", se encontre "o caminho para o desenvolvimento do país".
Criminalidade
Os Bispos guineenses anunciaram que as instituições católicas de ensino, saúde e caridade irão fechar na próxima quarta-feira, como forma de protesto contra o recrudescimento da violência contra as mesmas.
“Temos sido vítimas de vários ataques à mão armada”, frisaram os prelados.
Dom Zili criticou as autoridades por promover “inquéritos que não terminam” e por “não condenar os malfeitores”.
O prelado deixou, por fim, um apelo à comunidade internacional para que ajude a Guiné a fazer face ao aumento da violência, sobretudo em meio urbano.