Vaticano

Igreja em Moçambique lança novas denúncias

Octávio Carmo
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A diocese de Nacala, em Moçambique, juntou a sua voa aos esforços da Igreja Católica do país na denúncia de casos de tráfico de órgãos humanos. Em comunicado, divulgado pela Agência ECCLESIA, o Bispo D. Germano Grachane e os sacerdotes, missionários e missionárias de todas as paróquias e comunidades da diocese colocam-se ao lado das vítimas que existem em várias regiões do país. “Angustia-nos que continuem a desaparecer crianças e que os seus algozes se mantenham em liberdade e de cabeça erguida, como se de pessoas de bem se tratassem. É por esta razão que exigimos que as autoridades competentes trabalhem com seriedade e sem ambiguidades no sentido de fazer avançar as investigações de um modo imparcial, efectivo e eficaz, em ordem a fazer parar estes crimes e a punir os seus responsáveis”, pode ler-se. O Bispo de Nacala manifesta o seu apoio às religiosas de Nampula, que primeiro deram conta destes casos e mostra-se preocupado com as alegadas tentativas de silenciar e desacreditar as denúncias. “Preocupam-nos as tentativas de silenciar, relativizar ou desacreditar as denúncias e inquieta-nos também a surpreendente morosidade em fazer parar estes crimes e em identificar e punir os seus autores”, acusam o documento. A Organização das Nações Unidas já exigiu que o governo brasileiro dê protecção à missionária Maria Elilda dos Santos, que está na origem das denúncias a uma rede de tráfico de órgãos crianças em Nampula, Moçambique. O relator da ONU contra a prostituição e venda de crianças, Juan Miguel Petit, quer que o Brasil tome medidas concretas para evitar que a missionária seja assassinada, como ocorreu com outra brasileira, Doraci Edinger. Para o relator, Maria Elilda é “fonte fundamental” para informações sobre como actua a máfia do tráfico de órgãos não apenas na África, mas também na América do Sul e na Europa. O comunicado • Diocese de Nacala, em Moçambique, toma posição sobre o tráfico de órgãos


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