Vaticano

Igreja quer retomar Missão na Bósnia

Fundação AIS
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O número de católicos na Bósnia-Herzegovina decaiu para metade desde o início da década de noventa. Na opinião de Frei Dzolan, superior dos missionários franciscanos na província de Bosna Srebrena, a emigração em massa de católicos é consequência do impacto do Acordo de Dayton. Em 1991, quando a Bósnia-Herzegovina declarou independência face à antiga Jugoslávia, existia cerca de 1 milhão de católicos. Actualmente o seu número não chega aos 500 mil, segundo as últimas estatísticas, reveladas por Frei Dzolan em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre. Para o superior da ordem dos franciscanos na província de Bosna Srebrena, a emigração “em massa” que se verifica no país está relacionada com o clima de instabilidade gerado pelo impacto do Acordo de Dayton. Com o patrocínio da administração Clinton, foi firmado em 1995, nos Estados Unidos, o Acordo de Dayton. Este acordo possibilitou o fim de três anos de conflito sangrento entre bósnios-muçulmanos, sérvios e croatas, lançando as bases para um governo democrático e multi-étnico. O Acordo de Dayton dividiu internamente a Bósnia-Herzegovina em duas confederações – a República Srpska (sérvia) e a Federação Muçulmano-Croata – e fixou as suas fronteiras internacionais, permanecendo a Bósnia-Herzegovina um Estado único à luz do Direito Internacional. O missionário franciscano admite que a Bósnia-Herzegovina é “uma região especial em termos políticos e religiosos”, onde actualmente se assiste à radicalização das posições dos líderes dos grupos políticos e religiosos. “No meu país os católicos estão descontentes com o Acordo de Dayton e com a divisão do país em duas confederações. Sentem-se inseguros. Muitos emigraram para a Croácia ou para outros países europeus onde tinham familiares”, acrescenta Frei Dzolan. Há cerca de um mês, um bispo croata, D. Antun Skvorcevic, falava precisamente à Ajuda à Igreja que Sofre sobre a difícil situação de milhares de refugiados católicos na Croácia, que continuavam a chegar vindos da Bósnia e do Kosovo. A Bósnia-Herzegovina “voltou a ser um país de missão, onde os católicos são um grupo minoritário”, garante Frei Dzolan. O missionário considera que existe o risco de que a instabilidade venha a aumentar, à medida que diminui o número de muçulmanos “europeístas” e que aumenta o número dos que aspiram à implementação da lei islâmica. Frei Dzonlan mostrou-se preocupado com a influência crescente de países árabes “que estão a investir fortemente naquela região”. Departamento de Informação da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre


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