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Igreja: Vaticano vai colocar líderes religiosos a debater caminhos de paz

Agência Ecclesia
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No âmbito de um congresso dedicado aos 50 anos da declaração «Nostra Aetate», saída do Concílio Vaticano II

Cidade do Vaticano, 26 out 2015 (Ecclesia) – O Vaticano vai assinalar os 50 anos da declaração “Nostra Aetate”, sobre o relacionamento entre a Igreja Católica e as outras religiões, com um congresso internacional em Roma, entre hoje e 28 de outubro.

Segundo o serviço informativo da Santa Sé, um dos destaques do evento vai ser uma conferência do secretário de Estado do Vaticano, D. Pietro Parolin, subordinada ao tema “Educar para a paz”.

O programa inclui também uma mesa redonda com o secretário-geral do Centro de Cultura Islâmica de Itália, Abdellah Redouane, e o diretor internacional para os assuntos inter-religiosos do Comité Judaico Americano, o Rabi David Rosen, que vai debater a questão da “violência e o empenho das religiões a favor da paz”.

Saída do Concilio Vaticano II e publicada a 28 de outubro de 1965, a declaração “Nostra Aetate” mostrou o empenho da Igreja Católica em reconhecer e valorizar tudo aquilo que é positivo nas várias religiões.

No documento pode ler-se que em todas essas religiões há “uma centelha daquela verdade que ilumina todos os homens” (Nostra aetate 2).

Para o Judaísmo, esta mudança foi ainda mais radical, colocando um ponto final a séculos de confrontos entre o mundo católico e o mundo hebraico, e condenando de forma veemente qualquer forma de antissemitismo.

A declaração “Nostra Aetate” considera que “sendo tão grande o património espiritual comum aos cristãos e aos judeus”, é necessário “fomentar e recomendar entre eles o mútuo conhecimento e estima, os quais se alcançarão sobretudo por meio dos estudos bíblicos e teológicos e com os diálogos fraternos”.

“A Igreja, que reprova quaisquer perseguições contra quaisquer homens, lembrada do seu comum património com os judeus, e levada não por razões políticas mas pela religiosa caridade evangélica, deplora todos os ódios, perseguições e manifestações de antissemitismo, seja qual for o tempo em que isso sucedeu e seja quem for a pessoa que isso promoveu contra os judeus”, refere ainda o documento do Concílio, no seu número 4.

Organizado pelo Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, em parceria com a Comissão para as Relações Religiosas com os Judeus e a Universidade Pontifícia Gregoriana, o evento pretende “analisar a repercussão que a declaração Nostra Aetate teve ao longo das últimas cinco décadas”.

Entre um vasto conjunto de oradores e especialistas, destaque para a participação no certame do presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade entre os Cristãos, o cardeal Kurt Koch; e do presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, o cardeal Jean-Louis Tauran.

JCP



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