Vaticano

Igrejas atacadas em Bagdad

Octávio Carmo
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Cinco igrejas da capital iraquiana foram alvo de ataques quase simultâneos, ocorridos no segundo dia do Ramadão e numa altura em que o bastião sunita de Falujah está cercado por militares americanos e iraquianos. Segundo as agências internacionais, bombas de fabrico artesanal explodiram de madrugada, junto a cinco igrejas do centro, Sul e Oeste de Bagdad, provocando importantes prejuízos materiais nos edifícios, um dos quais ardeu por completo. Apesar dos danos, não há feridos a registar. Reagindo a estes ataques – os segundos com esta dimensão desde a queda do regime de Saddam –, o Patriarca dos caldeus, D Emmanuel Delly, lamentou a sua impotência para proteger os fiéis num país minado pela violência: “se o Governo é impotente, o que podemos nós fazer?â€, lamentou. “As casas de Deus estão abertas a todos, não podemos encerrá-las. Voltamos, por isso, a apelar aos grupos armados para não atacarem locais de culto, quaisquer que sejam elesâ€, acrescentou. Este é o segundo ataque do género contra locais de culto cristãos no Iraque, depois das quatro explosões registadas no dia 1 de Agosto junto quatro igrejas de Bagdad e Mossul, que provocaram a morte a dez pessoas e ferimentos noutras cinquenta. A vida dos cristãos no Iraque está marcada por um pesado clima de medo e sucedem-se os pedidos de ajuda à comunidade internacional. A agência do Vaticano para o mundo missionário, Fides, tem vindo a dar voz aos cristãos no Iraque para denunciar a situação dramática em que eles se encontram actualmente. No Iraque os cristãos constituem 3% da população, na sua maioria fiéis da Igreja Católica Caldeia e da Igreja Ortodoxa Síria.


Guerra do Iraque