Vaticano

Índia: catequista assassinado

Renascença (RR)
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A poucos dias de um Natal que se prevê tenso, mais uma vítima mortal em Orissa. A Conferência Episcopal afirma que o que se passa naquele Estado indiano é terrorismo. Yuvraj Digal, de 40 anos, era um catequista e líder cristão respeitado e influente na sua comunidade. Na semana passada, regressava de uma aldeia no distrito de Kandhamal, Orissa, onde a violência contra os cristãos tem sido particularmente dura, quando foi reconhecido por um grupo de vinte hindus, e severamente espancado. Segundo o seu filho de 20 anos, que conseguiu fugir, os homens acusaram Digal de envolvimento no homicídio do líder hindu Swami Laxamanananda. O Swami foi morto em Agosto, ao que tudo indica por militantes maoístas, que reivindicaram o ataque. Mas os seus seguidores culparam imediatamente os cristãos e lançaram-se numa purga que não poupou nada nem ninguém. Embora não haja números certos, estima-se que terão morrido meio milhar de cristãos nos meses que se seguiram, encontram-se ainda mais de 11 mil pessoas em campos de refugiados, e centenas de igrejas foram arrasadas ou queimadas. A polícia procurou o catequista, mas sem sucesso. Ontem o seu corpo terá aparecido com marcas de agressões. À medida que se aproxima o Natal aumenta a tensão em Orissa, com as organizações de extrema-direita hindu a prometer manifestações anti-cristãs no dia 25 de Dezembro. O Governo já avisou que não permitirá qualquer manifestação, mas os hindus dizem que apenas desmobilizarão se forem detidos os responsáveis pela morte de Laxamanananda. Entretanto os bispos da Índia condenaram uma lei sobre o terrorismo, criticando o Governo por não classificar os actos de perseguição anti-religiosa como os que têm decorrido em Orissa, em particular, como terrorismo.


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