Vaticano

Iniciado o julgamento sobre missionária assassinada em Nampula

Agência Ecclesia
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O Tribunal Judicial de Nampula, norte de Moçambique, iniciou esta semana o julgamento de um pastor luterano e de um guarda acusados de envolvimento na morte a 21 de Fevereiro de 2004 da religiosa brasileira Doraci Edinger. A religiosa, 53 anos, que pertencia à Igreja Evangélica Luterana de Moçambique, foi assassinada no seu apartamento, na cidade de Nampula, tendo sido detidos vários suspeitos relacionados com o caso, dos quais apenas dois estão a ser julgados. Logo após ter sido despoletado o caso de morte da missionária, a Polícia da República de Moçambique em Nampula deteve cinco indivíduos por suspeita de envolvimento no caso, três dos quais foram mais tarde libertados por falta de provas, sublinhou Magula. Doraci Edinger foi encontrada morta em sua casa localizada no centro de Nampula e o corpo, em elevado estado de decomposição, apresentava vestígios de ferimentos supostamente resultantes de confrontos com os assassinos. Magula disse que os três indivíduos aguardam o julgamento, sem data, admitindo ainda o envolvimento de mais pessoas no caso que, para as autoridades policiais, derivou de ajuste de contas após denúncias, pela freira, de uma alegada má gestão de fundos naquela seita religiosa. Informações divulgadas após o assassínio de Edinger relacionavam a morte da missionária com supostas denúncias sobre tráfico de órgãos de crianças e adolescentes em Moçambique, iniciadas por uma leiga brasileira, que mais tarde abandonou o país, sob pretexto de ter recebido ameaças de morte. Elilda dos Santos acusou um casal de estrangeiros residentes em Nampula de encabeçar uma indústria do tráfico de órgãos humanos em Moçambique que contribui para o desaparecimento de aproximadamente cem crianças no país, facto nunca aceite pelas autoridades moçambicanas. Para os responsáveis católicos em Moçambique, o Estado moçambicano não fezuma investigação séria sobre os casos que foram denunciados desde o dia 2 de Outubro de 2002, criticando “a negação apressada, pura e simples das denúncias” e “a tentativa de desacreditar as denúncias e de modo particular uma das denunciantes, Maria Elilda dos Santos”.


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