D. Agostino Marchetto, Secretário do Conselho Pontifício da Pastoral para os Imigrantes e os Itinerantes, defende que “na construção da nova Europa, não podemos esquecer que os ciganos fazem parte da história europeia desde os inícios do século XV.”
Falando por ocasião do V Congresso Mundial da Pastoral dos Ciganos , a decorrer na Hungria desde o dia 30 de Junho sob o tema: "Igreja e Ciganos: por uma espiritualidade de comunhão", D. Marchetto lembrou a importância dos ciganos no actual panorama europeu. “No mundo, os ciganos são em número de 18 milhões, com grande presença no México, Brasil, Estados Unidos e na Europa Oriental, com um movimento em direcção a União Europeia, graças às novas oportunidades oferecidas por aquela que será a UE alargada”, vincou em declarações à agência Fides.
A questão da integração, que é um problema para todos os imigrantes, torna-se uma questão radical no caso dos ciganos, segundo este responsável da Santa Sé. “O estilo de vida da Europa moderna tende a rejeitar quem é nómada. Nos últimos tempos, assistimos a um processo de sedentarização dos ciganos, de início um pouco forçada, mas eles próprios estão a perceber que se quiserem garantir um futuro para os seus filhos, devem mandá-los à escola, e isto significa fixar-se em um lugar.”
O Congresso de Budapeste que se prolonga até dia 7 de Julho insere-se numa série de iniciativas em favor dos ciganos. “Nos últimos tempos, ocorreram várias iniciativas para os ciganos a nível eclesial e civil. O Conselho da Europa por exemplo, iniciou uma reflexão sobre o respeito dos direitos humanos dos ciganos; em Março, , houve um encontro de especialistas dos direitos humanos em Roma onde a Igreja católica foi convidada a participar”, refere este responsável.
Participam no V Congresso Mundial da Pastoral dos Ciganos cerca de 150 pessoas, representantes de 25 Conferências Episcopais no seio das quais existem estruturas dirigidos à pastoral com os Ciganos. Entre os participantes, figuram bispos, directores nacionais, sacerdotes, religiosos e leigos.
“Queremos debater sobre as condições destes nossos irmãos, em primeiro lugar sob o ponto de vista espiritual, mas queremos também verificar como a fé se encarna em suas realidades concretas de vida. Por isso, convidamos sacerdotes e religiosas de origem
cigana: são vinte e isto demonstra como os ciganos podem tornar-se apóstolos do próprio povo”, conclui D. Marchetto.