Vaticano

Islão e jihad

Octávio Carmo
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A rejeição firme da lógica de conflito, por parte dos cristãos, constitui um elemento positivo nas relações recíprocas entre Cristianismo e Islamismo. Ainda assim, muitos muçulmanos verão no ataque contra o Iraque a X Cruzada contra o Islão. As tentativas de valorizar o papel positivo das religiões, com os seus elementos de paz, e os esforços do Papa, Conferências Episcopais de todo o mundo e das Igrejas Cristãs em valorizar a “unidade religiosa” do mundo, procurando evitar o “choque de civilizações”, podem não ser suficientes. A Universidade “El-Ahzar”, do Cairo, uma das mais antigas e respeitadas instituições egípcias, publicou um documento jurídico nos últimos dias em que se legitima a “jihad” (guerra santa) por causa do ataque norte-americano ao Iraque. Segundo o Pe. Hans Vöcking, especialista do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE) para o diálogo-inter-religioso, “apesar dos esforços de paz dos líderes religiosos em todo o mundo, perspectivas muito perigosas surgem no horizonte”. A verdade é que, tal como aconteceu no 11 de Setembro, os muçulmanos voltam a ser vítimas dos medos do Ocidente e da loucura dos extremistas religiosos. O Pe. Hans Vöcking apresenta uma solução: “a unanimidade em torno do não à guerra é a base comum para o diálogo e todos devemos continuar a falar a uma só voz”.


Guerra do Iraque