Vaticano

JMJ2013: Papa volta a alertar contra o «carreirismo» dentro da Igreja

Agência Ecclesia
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Francisco celebrou missa com seminaristas do Rio de Janeiro e lamentou o sofrimento que a busca de «prestígio» tem causado às estruturas católicas

Rio de Janeiro, Brasil, 26 jul 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco celebrou esta quinta-feira missa com os seminaristas do Rio de Janeiro e chamou a atenção dos jovens para a importância de encararem o sacerdócio como um serviço a Deus e à sociedade.

A celebração teve lugar na Capela Esplendor da Glória de Deus, no Sumaré, residência que o Papa adotou para as Jornadas Mundiais da Juventude, e contou com a participação do arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta.

Segunda o jornal vaticano L’Osservatore Romano, Francisco descreveu o sacerdócio como um “dom” que, uma vez recebido, tem de ser constantemente trabalhado e desenvolvido em prol dos outros, à semelhança do que acontece com o dom da fé, o “mistério de Deus” que cada pessoa transporta dentro de si.

A fragilidade humana acaba muitas vezes por destruir esse “tesouro”, realçou o Papa, que tal como no início do seu pontificado, voltou a alertar para o perigo do “carreirismo” e da busca de “prestígio” e de “lugares relevantes” dentro da Igreja.

“Também os apóstolos a um certo ponto caíram no engano mundano, a ponto de começarem a discutir sobre quem era o mais importante” mas “Jesus deteve-os”, recordou.

Ao longo da sua história, a Igreja “sofreu muito e continua a sofrer cada vez que um dos chamados a receber o tesouro se dedica a mudar a sua natureza e pensa que é superior, que já não é de barro”, acrescentou, indo ao encontro da passagem desse dia da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, sobre a debilidade do homem, frágil como um “vaso de barro”.

Na presença também de D. Pedro Cunha, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, responsável pelo acompanhamento dos seminaristas, e das equipas coordenadoras das instituições formativas, o Papa exortou os jovens candidatos ao sacerdócio a nunca esquecerem o valor do sacramento da reconciliação e a centralidade da oração.

“O modo como nos confessamos indicar-nos-á se temos consciência de que somos de barro; e o modo como rezamos, como adoramos na oração, dir-nos-á se temos consciência de que isto é um dom, um grande presente”, concluiu.

Segundo o reitor do Seminário de São José, estar com o Papa ajudou os seminaristas a verem a sua fé “confirmada” e a sua “vocação reanimada e reavivada”.

“Para todos eles certamente foi uma grande graça, um carinho de Deus, e as palavras de Francisco serviram para estimular-nos cada vez mais a viver o sacerdócio como um serviço a Deus, ao povo de Deus”, referiu o padre Leandro Camara ao serviço informativo das JMJ2013.

JCP



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