João Paulo II apareceu ontem à janela do seu quarto no hospital de Gemelli, em Roma, de onde saudou a multidão antes de abençoar os fiéis presentes na oração do Angelus com o sinal da cruz.
Conforme tinha sido anunciado, este foi o segundo Angelus consecutivo em silêncio, mas desta vez o Papa apareceu mais repousado e manteve-se durante vários minutos diante da janela fechada do seu quarto, no décimo andar do hospital, saudando a população e fazendo três vezes o sinal da cruz.
Esta foi a segunda vez, desde que foi submetido a uma traqueotomia a 24 de Fevereiro, que João Paulo II apareceu em público, ainda que por escassos minutos.
O Papa seguiu através da televisão, acompanhado pelo cardeal Angelo Sodano e pelos médicos, a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano, na qual foi lida uma mensagem, em seu nome, pelo substituto da Secretaria de Estado, o arcebispo Leonardo Sandri.
Na mensagem, João Paulo II agradeceu, uma vez mais, "os sinais de afecto" que tem recebido. Uma palavra especial foi dirigida aos "crentes de outras religiões", nomeadamente "judeus e muçulmanos".
"Alguns quiseram vir e rezar aqui no hospital. Para mim isto é um sinal reconfortante, pelo qual dou graças a Deus", escreveu o Papa. Depois agradeceu "aos numerosos cardeais, bispos, padres e grupos de fiéis, embaixadores e delegações ecuménicas pelo testemunho de afecto".
O Papa colocou-se novamente sob a protecção de Nossa Senhora, pedindo que “Maria nos ajude a obter de Cristo o dom de uma fé sempre mais clara e mais forte, para que possamos ser testemunhas coerentes e corajosas do seu Evangelho”.
"Nunca desista", gritou um grupo de estudantes depois da bênção.
"Continuemos juntos a preparação para a Páscoa, oferecendo a Deus também o sofrimento, pelo bem da humanidade e a nossa purificação", dizia a mensagem papal.
O porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro-Valls, deverá publicar dentro de uma hora um novo boletim médico sobre o estado de saúde de João Paulo II.
