Vaticano

João Paulo II foi referência para a humanidade

Octávio Carmo
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Corpo diplomático na Santa Sé apresenta condolências aos Cardeais

Os diplomatas acreditados junto da Santa Sé apresentaram hoje as condolências ao Colégio Cardinalício pela morte de João Paulo II, considerado como “um constante ponto de referência para a humanidade”. O decano do corpo diplomático, Giovanni Galassi, embaixador da República de San Marino, pronunciou um discurso no qual enalteceu a “honestidade intelectual” do Papa falecido e a sua capacidade de ser “peregrino no mundo”. “Através do seu ministério (João Paulo II) marcou profundamente a história do último quarto do Séc. XX e o começo de um novo século. Opôs-se de maneira firme às ideologias ateístas e totalitárias, mas também lembrou por muitas vezes aos países mais desenvolvidos que não podiam escolher o consumismo egoísta como religião da sua vida”, disse. O embaixador Galassi destacou ainda o “carácter central do homem” na obra e ensinamento de João Paulo II, apresentando-o como um dos construtores da “civilização do amor”. O decano do Colégio Cardinalício, Cardeal Joseph Ratzinger, agradeceu a presença dos vários diplomatas e lembrou que esse facto testemunhava “a acção internacional levada a cabo pelo nosso bem amado Santo Padre João Paulo II”. “Quantas vezes exortou João Paulo II aos países que encontrassem soluções pacíficas e persistissem no diálogo? Quantas vezes convidou os dirigentes das nações a uma atenção cada vez mais concreta aos povos a eles confiados, mormente os mais fracos, os mais pequenos, os mais pobres? Quantas vezes recordou a grandeza da vida humana?”, perguntou. O Cardeal Ratzinger apresentou o compromisso “em favor da pessoa humana e de toda a pessoa humana” como a chave para entender esta dimensão internacional do último pontificado. João Paulo II privilegiou uma abertura diplomática a todos os povos e durante a sua liderança quase duplicou o número de países com os quais a Santa Sé mantém normais relações diplomáticas ao nível de Nunciatura Apostólica: dos 92, no início do pontificado (incluindo a Ordem Soberana de Malta, que tem a sua sede em Roma), passou para 176 (174 Estados, a União Europeia e a Ordem de Malta); além disso há duas Missões de carácter especial: a Rússia e a Autoridade Palestiniana.


João Paulo II