João Paulo II voltou esta manhã a surpreender os católicos de todo o mundo ao aparecer à janela dos seus aposentos, no Vaticano, para saudar e abençoar os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. A primeira aparição pública do Papa depois da alta hospitalar vem na linha das três que tinham acontecido durante o último internamento.
Hoje é o dia tradicionalmente dedicado à audiência geral e, tal como já tinha feito na Clínica Gemelli, o Papa não quis faltar a este encontro. Aparecendo de janela aberta, num dia de sol, João Paulo II repetiu por várias vezes o gesto de abençoar os fiéis, sobretudo polacos, que o receberam ao som de palmas e cânticos. As imagens do Papa foram retransmitidas em ecrãs gigantes colocados na Praça de São Pedro.
Ainda em convalescença, o Papa anulara a audiência geral de hoje. João Paulo II prossegue os exercícios de reabilitação da fala e da respiração no Vaticano, após ter deixado, no passado Domingo, a Clínica Gemelli.
Os médicos aconselharam João Paulo II a reduzir as suas actividades para evitar um novo internamento. Estas restrições dificultam qualquer previsão sobre quais serão os próximos compromissos do Papa, sobretudo em relação às cerimónias da Semana Santa e da Páscoa.
O silêncio em torno da saúde papal fez, contudo, ressurgir na imprensa internacional figuras que, durante o internamento, tinham estado mais apagadas: as “fontes bem colocadas no Vaticano”. À falta dos boletins oficiais e da voz de Navarro-Valls, porta-voz do Vaticano, as agências informativas desdobram-se em contactos para revelar o que o Papa poderá ou não fazer nos próximos dias.
A teoria de que João Paulo II estaria a agir contra as indicações dos seus médicos tem dominado os cenários traçados. A outra teoria, de que o Papa estaria numa “bolha esterilizada” caiu hoje por terra, aos pés da janela aberta nos aposentos pontifícios.
Amanhã, pelas 17h00 locais (menos uma em Lisboa), os jovens de Roma participam num encontro de reflexão e oração, para preparar a XX Jornada Mundial da Juventude. No Domingo de Ramos, a 20 de Março, milhares deles estarão na Praça de São Pedro, onde o Papa os esperará.
