Vaticano

João Paulo II, Papa dos Media

Octávio Carmo
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Homenagem da associação católica mundial para a comunicação

A “extraordinária” cobertura mediática que os meios de comunicação fizeram da doença final e da morte de João Paulo II são consideradas pela SIGNIS, associação católica mundial da comunicação, como “um claro indicador do respeito que os católicos, os cristãos e todo o mundo tinham pelo Papa”. “Ele mesmo foi um grande mestre da comunicação”, refere a nota, assinada por Peter Malone, Presidente da SIGNIS. O texto destaca o simbolismo da imagem de João Paulo II, na última Sexta-feira Santa, a acompanhar a Via-Sacra através do seu próprio aparelho de televisão. “É como se o mundo tivesse sido convidado a ver (em sentido literal) nos media como o Papa rezava através dos media”, observa. A SIGNIS recorda a grande atenção que o Papa sempre dedicou aos meios de Comunicação Social. “Wojtyla foi um actor, um escritor, um apaixonado do cinema. Quando foi eleito em 1978, a notícia foi transmitida pelas rádios, as televisões, a imprensa; as cerimónias papais, as audiências, as viagens foram mais seguidas do que em qualquer pontificado anterior”, sublinha Peter Malone. “O seu longo pontificado ofereceu material para todos os tipos de notícias e serviços”, acrescenta. A associação católica mundial da comunicação lembra ainda que João Paulo II reservou sempre uma atenção particular ao Dia Mundial das Comunicações Sociais, exortando nos seus documentos a que toda a Igreja se dotasse de “instrumentos próprios de comunicação social”. É ainda ressaltado o labor do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, que ao longo das últimas décadas teve de coordenar “numerosos compromissos de rádios e televisões, promovendo acordos com cadeias de meios interessados na cobertura de cerimónias e viagens”. “A abordagem do Papa aos media sempre teve uma perspectiva evangélica. Os media, costumava recordar, devem ser sempre considerados como um dom de Deus e ele acreditava firmemente no poder evangelizador destes meios”, indica a nota. A homenagem da SIGNIS ao “Papa dos media” conclui-se com mais uma memória de João Paulo II: “o Papa gostava de lembrar às pessoas que, do mesmo modo que o apóstolo Paulo tinha dialogado com os atenienses nos termos da sua própria cultura, o diálogo actual era no ‘novo Areópago’ dos meios de comunicação social”.


João Paulo II