João Paulo II pediu esta segunda-feira que a Igreja Católica na Grécia, constituída por uma pequena minoria, possa contar com um estatuto jurídico nesse país, como sucede no resto da União Europeia.
O pedido do Papa ficou expresso na mensagem que desde a Clínica Gemelli enviou ao novo embaixador grego na Santa Sé, Stavros Lykidis. No texto, entregue ao diplomata de carreira pelo cardeal Angelo Sodano, secretário de Estado, João Paulo II reconhece a importância que o governo grego atribui à presença católica no país.
“Seria oportuno que a Igreja Católica, continuando um diálogo aberto e construtivo com todos os responsáveis implicados, pudesse ter o estatuto jurídico que lhe corresponde e que seria o sinal do reconhecimento dos seus direitos”, considera a mensagem.
Os quase onze milhões de gregos são na sua grande maioria (97%) ortodoxos, e a Igreja Ortodoxa é a religião oficial do Estado, segundo se reconhece no artigo 3 da Constituição grega.
Actualmente na Grécia há cerca de 200.000 católicos, segundo explica o site da Igreja Católica em Grécia (www.cathecclesia.gr). Aos 50.000 católicos gregos de origem acrescentam-se imigrantes ou refugiados procedentes em particular da Polónia (40.000), das Filipinas (45.000), do Iraque (14.000) e de outros países.
“A Igreja Católica está comprometida num diálogo fraterno com a Igreja Ortodoxa e sabe que os seus fiéis que vivem na Grécia não têm outro desejo que o de viver quotidianamente este diálogo, com a preocupação de participar plenamente na vida económica, política e social do país”, sublinha o Papa.